Por incrível que pareça futebol e política andam lado a lado. A maioria das pessoas tendem a pensar que o esporte é apenas uma ferramenta usada pelo governo para alienar o público. O que de fato já ocorreu.
No entanto, durante a história houveram várias vezes em que o campo ou até as arquibancadas para levantarem bandeiras de diversos movimentos.
Às vezes apenas entrar em campo já é um ato que muda os padrões. Em 1895, o esporte chegava no país e tinha um status de elite, mas logo começou a ser jogado pelas classes mais baixas. Quando os times começaram a ser formados por fábricas, os operários faziam parte do equipe. Entre eles, alguns times contavam com a presença de negros ¹.
Diante disso, algumas ligas tentaram vetar a participação de negros. Em 1907, a Liga Metropolitana de Football publicou uma nota proibindo “pessoas de cor” de participarem do campeonato. Times como Ponte Preta, Bangu e Vasco se destacam como sendo os primeiros a terem tanto fundadores quanto jogadores negros e que se recusaram a jogar sem eles ¹.
Dentre eles, apesar de não ter sido o primeiro, o Vasco é sempre apontado como o mais importante. Isso porque em 1923 o time ganhou o campeonato carioca tendo no time negros, operários e suburbanos ².
Outro movimento que entrou para a história do futebol foi a Democracia Corinthiana, que ocorreu entre 1982 e 1984, e agiu em apoio ao retorno da votação para presidente da República. Teve participação de atletas como Sócrates, Casagrande, Zenon e outros do time na época ³.
Durante esse período, os jogadores usavam camisas com frases que apoiavam a votação como “Diretas já” e “Eu quero votar para presidente”. Outra característica do movimento era a gestão do time que era diferente do comum. Todas as decisões que envolviam a equipe passavam por uma votação entre todos os participantes da equipe, do roupeiro até o técnico ³.
Porém, esses movimentos não ficam só no passado distante. Em 2020, dentre várias ondas de protestos antifacismo, várias torcidas se juntaram contra o governo de Bolsonaro. A manifestação foi organizada por torcedores do Corinthians, mas também contou com as torcidas do Santos, Palmeiras e São Paulo ⁴.
Essas são algumas dentre várias histórias. Mas isso não significa que o futebol seja um lugar apenas de progresso. Um exemplo disso é que mesmo atualmente não são raros os casos de racismo.
Por isso, os movimentos não podem ficar no passado. Precisam se manter atuantes e combater todo tipo de preconceito tanto em campo quanto fora.
ParaTodosVerem – Imagem de capa. Foto horizontal de três jogadores do Corinthians com os punhos erguidos
Fontes: