Na mesma década da Semana de Arte Moderna, outro movimento estava acontecendo em outro local. Nos anos de 1920 a 1930 estava ocorria o movimento Paranista, ou Paranismo no Paraná. 

Um pouco sobre o movimento

O termo Paranista foi utilizado muito antes do movimento começar. Em 1906 o poeta Domingo Nascimento usou essa palavra para se referir aos paulistas que moravam no norte do Paraná. E Paranismo surgiu em 1927 em um manifesto de Romário Martins, como uma forma de explica-lo. Além disso, o movimento resgatou o esse primeiro termo por causa do sentimento de pertencimento das pessoas que não nasciam no estado mas residiam aqui¹. 

Os seus objetivos foram criar uma identidade regional que fizessem com que as pessoas se sentissem paranaenses e ter figuras que remetessem ao estado¹. Até hoje estão no pensamento da população os símbolos que representam o estado do Paraná como a . 

Faziam parte do Paranismo: intelectuais, artistas, historiadores e pensadores. Entre os seus líderes está Alfredo Romário Martins, escritor e historiador². Como já citado, em 1927 foi lançado o Manifesto Paranista, nele Martins pedia para as pessoas apoiarem o Centro Paranista, criado em conjunto com o Instituto Histórico e a Sociedade de Agricultura, para se afirmar e oficializar as ideias do movimento. 

No mesmo ano, a Revista Ilustração Paranaense foi criada pelo jornalista e cineasta João Baptista Groff e ajudava na disseminação dos objetivos do movimento. Nela foram publicadas diversas obras artísticas, desde a gravura até uma escultura. Apareceram nessa revista: João Turin, Lange de Morretes, Arthur Nísio e Alfredo Anderson².  O impresso esteve ativo até 1930. Outro artista importante para o movimento foi João Ghelfi³. 

Indígenas e negros

Infelizmente, o movimento não considerou muito os indígenas e os negros. Os primeiros foram relacionados ao mito do “bom selvagem” e os negros, segundo Martins eram poucos na região. Entretanto, hoje através de estudos percebe-se a grande influencia deles no estado¹. Vários pontos de Curitiba tem uma relação com os negros, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito foi fundada por duas irmandades negras no séc. XVIII, segundo o CRP-PR.

Curitiba

Alguns slogans sobre Curitiba durante o movimento se perpetuam até hoje, como: “A capital modelo”, “Curitiba, a cidade mais européia do Brasil”, “A capital de primeiro mundo”. 

Memorial

Em Curitiba existe um espaço cultural e em homenagem ao movimento, o Memorial Paranista¹. 

Percebe-se a preocupação em criar uma identidade regional para o estado, mas esqueceram de uma parte da população como os negros e os indígenas que são de grande importância para o Paraná. Além disso, observando de fora de Curitiba, os símbolos que eles utilizaram para remeter ao estado têm muito mais relação com o sul do Paraná. Poucos aspectos lembram o norte. Por fim, outro ponto importante é que várias das frases sobre Curitiba remete a ideias eurocêntricas.  

#ParaTodosVerem – Imagem 1 – A imagem é a parte de cima de um capitel bege. Na parte superior do monumento tem vários pinhas com galhos que remetem a araucária. Na parte de baixo tem a os pinhões esculpidos, eles rodeiam o capitel. 

#ParaTodosVerem- Imagem 2 – Croqui de uma modelo com um vestido azul, na parte de cima do vestido tem folhas verdes e na parte debaixo do vestuário tem folhas verdes que remetem a árvore araucária.

#ParaTodosVerem – Imagem 3 – A capa da Revista Ilustração Paranaense, o fundo é bege. No meio tem um círculo laranja e em primeiro plano possui um homem nú com os braços abertos e várias árvores de araucária em baixo desses braços. Na parte inferior da capa tem vários pinhões em pé, um do lado do outro. E na parte superior está escrito “Ilustração Paranaense”.

#ParaTodosVerem – Imagem de capa é a parte central da Revista Ilustração Paranaense.

Fontes: 

¹Curitiba de Graça
²Brasil Escola – UOL
³João Turin