Como prometido no post “Você sabe o que é Blockchain?” da semana passada, essa publicação é uma continuação. O tema desta semana é o mercado de artes dentro do blockchain, as NFT.
Primeiro vamos entender o que são as NFT. A sigla significa token não fungível (Non-fungible token), que quer dizer um token único e insubstituível.
Um token, no universo das criptomoedas, é a representação digital de um ativo – como dinheiro, propriedade ou obra de arte – registrada em uma blockchain ¹.
Para explicar essa parte de ser única e não fungível, usaremos obras de arte físicas para exemplificar. Por exemplo, a “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci é uma obra única, mesmo se tentarem replica-la, não será a mesma arte. Algo fungível é algo que pode ser trocado por outro mantendo o mesmo valor. Dinheiro, por exemplo, é algo fungível. Uma nota de 10 pode ser trocada por outra de 10 e assim manter seu valor. Porém, na troca de artes isso não acontece, já que cada obra tem seu valor e características únicas.
Como funciona esse mercado?
Primeiramente, o artista pode adicionar sua obra a um sistema de blockchain. Essa operação vai criar um bloco e essa arte sempre vai ficar atrelada ao nome do artista. Quando alguém compra essa obra, o comprador irá receber um certificado, um token, mais especificamente um NFT, que garante que aquela pessoa é a proprietária.
Caso o novo proprietário decida vender esse NFT, ao efetuar a venda o token irá para o novo proprietário e parte do valor de venda irá para o artista. Sempre que essa arte for vendida, o criador dela irá receber uma parcela ².
Algumas discussões sobre essas novas tecnologias:
Uma das discussões sobre esse mercado tem sido sobre a originalidade das artes. Walter Benjamin em “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” indicava o fim da “unicidade”, “singularidade” e “autenticidade” das obras de arte. O que tem sido apontado é que as NTF trouxeram de volta essa originalidade da obra.
Porém, as NFT são artes digitais, fazer uma cópia exata do seu conteúdo ainda é possível. Tanto que várias das obras vendidas são obras que já estão disponíveis gratuitamente na internet.
Sendo assim, o que resta nas NFT é uma sensação de pertencimento gerada pela compra, já que o comprador não tem direitos autorais sobre a obra que comprou, e sim é apenas dono da ferramenta que atesta a originalidade da obra ³. Nesse sentido, a compra de um NFT é voltada para o fetichismo da compra.
De toda forma, assim como blockchain é uma tecnologia nova, e ainda há muito que pode ser mudado. Alguns apontam que por conta da entrada de grandes empresas nesse mercado é possível que as mudanças tanto na tecnologia quanto mudanças jurídicas possam ser aceleradas.
#ParaTodosVerem – Sigla NFT escrita em neon rosa em um fundo azul escuro.
Fontes
³ TecMundo