Provavelmente você nem tinha nascido quando as mulheres conquistaram o direito ao voto em 1932 através do Decreto 21.076, durante o mandato do presidente Getúlio Vargas¹. Hoje, 24/02, se comemora 90 anos dessa data importante para todas as mulheres, o Dia da Conquista do Voto Feminino. Através dela podemos ter representantes no poder, no governo; evidenciar o que queremos e o que precisamos. Para saber mais sobre a conquista do voto na década de 20, 30 leia o nosso post A força política da mulher.

Mas será que houve muitas mudanças em quase um século? Com certeza temos uma maior quantidade de deputadas, senadoras, prefeitas e vereadoras no poder. Entretanto, ao compararmos com a quantidade de cadeiras disponíveis no Parlamento percebemos que a entrada da mulher nesse local está sendo lenta e ainda ocupamos pouco espaço.

Somos 52,5% do eleitorado do Brasil. Na Câmara dos Deputados de 513 cadeiras somente 77 são ocupadas por mulheres; no Senado existem 12 senadoras de um total de 81 senadores². Existe ainda essa discrepância, muitas mulheres votando, mas poucas no poder.

Fizemos uma seleção de fotos da década de 30 sobre voto, mulheres no poder e comparamos com o cenário de 2010-2020.

Abaixo, na primeira imagem vemos Almerinda Farias Gama, sufragista negra votando em 1933³. E ao lado, Benedita da Silva, candidata à prefeita do Rio de Janeiro em 2020. Além disso, essa última foi deputada federal, governadora, senadora e vereadora4.

Na foto à esquerda, a 1ª prefeita do Brasil da cidade de Lajes, Rio Grande do Norte, em 1928. Alzira Soriano está no meio dos seus secretariados5.  A imagem à direita é da 1ª presidente do Brasil, Dilma Rousseff, no seu 2° mandato junto com seus 39 ministros6. Demorou 83 anos para uma mulher assumir o cargo mais importante do governo brasileiro, pois Rousseff tomou posse pela primeira vez em 2011 e, depois, em 2015.

Na foto à direita, a 1ª Deputada Federal na Câmara em 1934, Carlota Pereira de Queirós. Na segunda foto a Câmara dos Deputados em 2019.

Olhando para essas fotos percebemos várias diferenças. Nós, mulheres, conseguimos ocupar vários locais que antes não eram possíveis, além de fazer mudanças acontecerem, temos mais direitos e garantias.

Uma delas foi aprovada em 2009, uma norma garantindo que cada partido ou coligação deveria preencher no mínimo 30% e no máximo 70% de cada sexo em relação ao total de candidatos das eleições. Desse modo, é garantia que a quantidade de mulheres que vão se candidatar por um partido u coligação deve ser pelo menos de 30%.

Mas ficam duas reflexões:

Será que mudou muito? Temos cargos, mas esse continua sendo um cenário com a maioria de homens. O que precisa mudar?

Qual é a importância de termos conseguido o voto? O que você não teria se as sufragistas não tivessem lutado pelas mulheres e, consequentemente, por nós hoje?

#ParaTodosVerem – Imagem de capa em horizontal com as 4 primeiras fotos mencionadas no texto, as duas fotos em preto e branco do lado esquerdo e duas coloridas do lado direito, com um retângulo laranja no meio, escrito “Dec.30”, “Galeria Voto Feminino” e “2010-2020”.

Fonte:

¹ Câmara dos Deputados

² Agência Brasil

³ Historia de Alagoas

Ebiografia

BBC Brasil