Há algum tempo perguntamos em nossos stories o que vocês gostariam de ler por aqui e, entre outras coisas, surgiram dúvidas sobre pós-graduação e pesquisa. Pensando nisso, resolvemos tentar sanar alguns desses questionamentos. Vamos lá!

Cap. I – A pesquisa

A primeira coisa que é preciso esclarecer é que a pesquisa não está só na pós-graduação. Nem necessariamente na graduação. Ela pode ser desenvolvida em qualquer lugar em que haja curiosidade, uma questão a ser investigada e métodos e rigor adequados para essa investigação. Tudo isso embasado por estudos anteriores sobre a questão em debate e, idealmente, um pesquisador experiente orientando tudo. Ou seja, ela pode ser feita no ensino médio, na graduação, na pós-graduação, em empresas…

No âmbito da Universidade, muito se fala em pesquisa na pós-graduação, mas a graduação é provavelmente o melhor momento para se aproximar desse mundo. Isso pode ser feito por meio da participação em grupos de pesquisa e/ou de programas de iniciação científica (IC) que, como o próprio nome diz, costumam ser o berço da maioria dos pesquisadores. Na UEM atualmente são desenvolvidos seis programas de iniciação científica.

Nesta fase as pesquisas costumam ser mais simples, mas nem por isso menos importantes. Uma das variáveis que determina a profundidade das investigações científicas é a experiência do pesquisador, logo, ela só pode ser adquirida com o tempo dedicado a essa atividade.

De toda forma, mesmo que um aluno de graduação não participe de nenhum programa de IC ou grupo de pesquisa, em algum momento ele vai lidar diretamente com a pesquisa. Para além do conteúdo teórico de todas as disciplinas – porque na Universidade lidamos com ciência, logo, sempre há conteúdo teórico em todas disciplinas – há sempre um semestre, geralmente no final do curso, quando se desenvolve alguma atividade de pesquisa.

Cap. II – A pós-graduação

Como o nome indica, toda formação acadêmica superior que vem depois da graduação é pós-graduação. Elas estão divididas em lato sensu e stricto sensu. As do primeiro tipo compreendem programas de especialização e os cursos conhecidos como MBA (do inglês Master Business Administration), duram entre um ano e um ano e meio e são mais indicadas para aqueles que querem se colocar melhor no mercado de trabalho, se especializando em algum ramo da sua atividade profissional.

As pós-graduações stricto sensu compreendem os programas de mestrado e doutorado e são mais dedicadas à pesquisa e indicadas para aqueles que querem seguir a carreira docente. Um mestrado dura, geralmente, dois anos e um doutorado, quatro. É importante ressaltar que não é necessário ter uma especialização para ingressar num mestrado. O mestrado sim é pré-requisito para o ingresso no doutorado.

Lato sensu é uma expressão em latim que significa “em sentido amplo”, que se contrapõe ao stricto sensu, que significa “em sentido específico”. A formação em ambos cursos confere diferentes títulos ao discente; respectivamente especialista, mestre e doutor. A pós-graduação stricto sensu ainda inclui o pós-doutorado, que é um estágio de estudo e pesquisa realizado por um doutor em uma instituição de pesquisa. Entretanto não existe o título de pós-doutor(a).

Conclusões

Esse é um pouco do mundo da pesquisa e pós-graduação. Todos esses cursos precisam ser aprovados e credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), um órgão do Ministério da Educação responsável pela autorização de funcionamento e avaliação desses cursos. Sem o aval da Capes nenhuma instituição pode emitir diplomas de validade nacional.

Não há caminho certo para a escolha profissional de cada um depois da graduação. Tudo depende de suas aspirações. O que é um dado incontestável, porém, é que com o estudo só se ganha e tudo o que é preciso para começar é vontade e curiosidade.

Anexos

Aqui listamos algumas dúvidas comuns sobre o tema. Se você tiver mais alguma é só nos enviar.

Não fiz IC, posso fazer pós-graduação?

Sim. A iniciação científica não é pré-requisito para entrada em nenhuma pós-graduação. É fato que ela costuma ajudar, já que insere o aluno no mundo da investigação científica e o confere experiência, mas não determina nada no futuro do pesquisador.

Não fiz especialização, posso fazer mestrado?

Sim. É possível sair direto da graduação para o mestrado, tudo depende dos anseios e dedicação do interessado.

Devo fazer pós-graduação se não quiser ser professor?

Essa é uma pergunta sem resposta certa. A pós-graduação é uma escolha profissional de cada um. Entretanto, se você quiser ser professor recomenda-se fazer pós-graduação stricto sensu, já que atualmente poucas instituições de ensino superior contratam profissionais sem, no mínimo, mestrado.

Todo professor é pesquisador?

Não necessariamente. Pesquisador é quem desenvolve pesquisas, um professor pode dar aulas e não se envolver com essa outra atividade, apesar de ser pouco comum.

#ParaTodosVerem – Imagem de capa em horizontal, com uma pessoa de costas ao centro olhando para um quadro cheio de folhas de papel e anotações.