Neste domingo (12/12) foi a última corrida da Fórmula 1 desta temporada, que aconteceu em Abu Dhabi. Foi uma competição bem carregada de tensão. Os dois líderes do campeonato eram Lewis Hamilton e Max Verstappen, ambos com 369,5 pontos. Durante este ano eles protagonizaram muitos empates e o Verstappen estava na frente na pontuação, mas Lewis não se deixou abalar e conseguiu deixar o placar empatado, para que na última corrida tudo fosse decidido¹.
Em Abu Dhabi, Hamilton largou em segundo e Verstappen em primeiro, porém Hamilton mostrou todo seu talento e experiência ao sair na frente e manter sua liderança durante toda a corrida, mesmo com os adversários tentando prejudicar sua possível conquista.
Faltando menos de 10 voltas para acabar a corrida, Hamilton tinha 11 segundos de diferença em relação a Verstappen, porém o piloto Latifi sofreu um acidente e por conta disso o Safety Car teve que entrar na pista. O Safety Car serve para manter os pilotos em uma velocidade segura, enquanto há remoção de sujeira na pista ou remoção de carros batidos. Nesse caso, o Safety Car atrapalhou a diferença entre os líderes do campeonato. Faltando uma volta, a pista foi liberada e Verstappen já tinha conseguido diminuir a diferença e ultrapassou Hamilton, ganhando o seu primeiro título da Fórmula 1.
A atitude ideal seria terminar a corrida no Safety Car ou ter uma relargada, mas a organização não quis perder o feeling do momento, prejudicando um dos pilotos. E não se pode negar que Verstappen era o favorito, uma vez que desde 2016 só o Hamilton subia ao pódio.
Lewis Hamilton e a Fórmula 1
Após essa corrida, ficou nítido como a Fórmula 1 tem seus preferidos, e o Hamilton não é um deles agora. Mas por quê será?? Bom, a Fórmula 1 sempre foi uma panelinha de brancos e ricos, com algumas exceções de pessoas mais humildes, porém ainda brancas. Aí chega o Hamilton, um rapaz negro, que faz questão de manisfestar suas ideias e apoio a causa negra, lgbtqia+, que se coloca contra o machismo. Para os tradicionais isso com certeza incomoda muito.
Mas nem sempre foi assim, no início da carreira ele era mais contido, era apenas um jovem, uma promessa, que se mostrou um ótimo piloto e um colecionador de títulos. Com toda essa notoriedade percebeu como poderia influenciar outros jovens. Em um esporte classicista, ele conseguiu mostrar como se colocar e conseguir seu espaço por esforço e dedicação.
Ele vai além de ser um bom piloto, ele representa como é difícil ocupar lugares historicamente brancos e se manter lá. Vendo a falta de representatividade dentro da Formula 1, criou uma fundação com foco em ciência e tecnologia, para formar jovens negros e racializados, contratar professores e capacita-los no campo da ciência e tecnologia. “ Crianças afro-caribenhas têm duas vezes mais chances de serem expulsas das escolas. Eu fui uma dessas crianças, mas tive apoio da minha família e patrocinadores. Quero entender como posso garantir que jovens que se pareçam comigo não passem por isso. Representatividade é muito importante; temos que trabalhar por um modelo mais sustentável de educação e recrutar mais professores negros, especialmente nas áreas científicas – disse o britânico.” O piloto não é o único a tomar essa iniciativa, a equipe Mercedes também tem projetos parecidos, clique aqui e saiba mais².
No Reino Unido, Lewis Hamilton recebeu o título de “Sir” ao ser nomeado cavaleiro, nesta quarta-feira (15), no Castelo de Windsor, residência oficial da monarquia britânica³.
Fica nítido que Lewis está à frente da Fórmula 1. Com posicionamentos que confrontam o meio em que ele trabalha, sendo o único piloto lembrado, da atualidade, quando se fala de Fórmula 1. Ele fez história e continua fazendo.
Fonte:
¹ESPN