Quem sou eu?

Meu nome é Mónica Santos Pereira Defreitas Smythe, mas assino minhas artes como Mónica Defreitas. Tenho 51 anos e nasci em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores, Portugal, mas atualmente moro e atuo em Curitiba.

Minha Arte

Eu desenho desde sempre, e ao longo do tempo fiz vários cursos livres de desenho (com Laura Miranda, na antiga Galeria Cocaco e algumas aulas muito significativas com Leila Pugnaloni) e pintura a óleo. No curso de Arquitetura, no qual sou formada, tinha um interesse especial em todos os tipos de representação gráfica, seja o desenho técnico ou representações à mão livre.

Em 2010 tive meu primeiro contato com a aquarela ao fazer o módulo inicial do curso inicial de aquarela botânica no Centro de Ilustração Botânica do Paraná, com a profa. Rosane Quintella. Nesse momento eu descobri essa linguagem dentro da representação científica, que é o caso da aquarela botânica. Em 2013 comecei um curso de aquarela com a profa. Ana Muller (no espaço De Maryno), e naquele momento experimentei as possibilidades expressivas dessa técnica artística. Desde então venho aperfeiçoando a pintura nessa área, experimentando novas linguagens e tenho dedicado parte do meu tempo para a realização de ilustrações de livros.

#ParaTodosVerem – Pintura em aquarela. Na arte há um galho fino, marrom claro na parte de cima e mais escuro na parte inferior. Um pouco à esquerda do centro da imagem, há um pássaro virado para a esquerda e olhando para a direita. O galho possui várias ramificações, quase todas curtas, com exceção de três. Um pouco à direita do centro na parte superior do galho há uma ramificação sem folhas. Novamente na parte direita da imagem, mas no inferior, há duas ramificações com várias folhas vermelhas. O fundo da imagem é formado por uma névoa branca na parte superior direita, preto no lado superior esquerdo e vermelho no inferior.

 

 

De onde veio o interesse? E de onde veio meu estilo?

Nunca gostei muito de falar, e o desenho acabou sendo uma forma de expressão na qual me sentia muito confortável. Com o desenho e a pintura eu conseguia dar forma ao que pensava e sentia de maneira muito mais intensa do que com as palavras. Os traços, as formas, cores e todos os códigos do universo visual sempre me proporcionaram uma linguagem rica e eu me identificava com esse mundo. Talvez essa vastidão de possibilidades expressivas tenha sido um forte apelo à minha vontade de dizer coisas.

Obras ou Artistas que me inspiram

É muito difícil falar de uma obra ou um artista porque ao longo da vida há uma grande diversidade de influências que acabam formando o nosso repertório como artista. Quando eu era criança gostava muito de um livro de poemas da Cecília Meireles, “Ou isto ou aquilo”, cujas ilustrações em aquarela, de Eleonora Affonso, me fascinavam. Posso assegurar que meu amor pela aquarela nasceu desse livro.

Mas uma produção artística é construída por um leque de experiências visuais, sensoriais, intelectuais…e isso envolve não apenas artes visuais, mas também literatura, música, cinema, fotografia, dança, entre outros.

Em se tratando de obras, a primeira vez que vi Guernica, ao vivo, fiquei muito impressionada pela sua potência, por seu tema e pela liberdade expressiva. Não havia nenhum comprometimento com a realidade, mas proporciona uma experiência artística provavelmente mais intensa do que uma obra realista, já que nela havia uma escolha das imagens e um tratamento visual muito eloquente. William Turner é um artista que sempre observei muito atentamente pelo uso das cores e pelas formas quase abstratas e em movimento.

#ParaTodosVerem – Pintura em aquarela na vertical. A arte foi feita usando branco, preto e diversos tons azuis. Na parte inferior direita há uma flor, que se estende até a altura da metade do quadro. A flor parece estar morrendo e está inclinada para a direita. Na parte externa das pétalas, há um azul mais claro com as bordas mais claras. Já no interior, foram usados tons azuis mais escuros. Ao redor da flor há um sombreamento em preto. No fundo da pintura são usados tons azuis claros embaixo e vai escurecendo quanto maior a altura.

Os artistas modernos brasileiros sempre estiveram presentes na minha memória, principalmente Cândido Portinari. Mais recentemente – além dos artistas contemporâneos que me fazem compreender a vasta liberdade da linguagem artística -, tenho acompanhado o trabalho de Nicolas Lopez, aquarelista peruano cujas obras admiro muito.

Na fotografia, Cartier-Bresson e inúmeros fotógrafos brasileiros, inclusive os que compuseram o projeto “Cidades Visíveis” feito em Curitiba e coordenado por Milla Jung, fotógrafa e pesquisadora. No cinema, Wim Wenders e Peter Greenaway marcaram também minha forma de ver as cenas de um ambiente e paisagens da cidade.

Isso é apenas um recorte muito pequeno em relação ao tamanho e quantidade de estímulos capazes de influenciar a formação de um repertório artístico, e com certeza estou sendo injusta com grande parte de artistas, arquitetos, músicos, escritores, cujas obras geraram imagens e fortes influências na minha formação.

Meu Futuro

Estou trabalhando exclusivamente na produção de artes visuais há pouco mais de 1 ano. Quando produzo, sinto que estou fazendo, criando, concretizando, no lugar de apenas teorizar e olhar com um certo distanciamento, como fazia antes. Não sujava minhas mãos de tinta, não traçava ou criava formas para serem vistas, mas observava as produções de outras pessoas.

Apesar de desenhar e pintar há muitos anos, trabalhar com arte, assumir que sou uma artista e uma ilustradora que atua profissionalmente é algo novo. Hoje estou fazendo uma pós-graduação na Casa Tombada, um lugar de arte, cultura e educação que está me mostrando um mundo novo no campo da ilustração, da arte e da literatura. Trabalho com o tema “O livro para a infância: processos de criação, circulação e mediação”.

No momento atuo paralelamente com ilustração de livros e com pintura, com foco na aquarela artística. Isso pode mudar, já que estamos sempre em transformação, mas gosto da ideia de levar ao mesmo tempo a pintura e a ilustração. É importante destacar que o conceito de “livro ilustrado”, que é o que me interessa, traz a ilustração como lugar de fala, de construção de narrativas e significados, com a mesma importância narrativa que o texto escrito, e não apenas como uma imagem decorativa, que enriquece ou que amplia o significado do texto escrito.

Quanto às pinturas, atualmente tenho feito temáticas mais silenciosas, paisagens nubladas com árvores, com uma atmosfera mais intimista, mas sem conexão com o real. Pretendo ainda manter essa temática por um tempo, porque nesse mundo frenético, de excesso de imagens, sons, luz, movimento, diversão…sinto falta de um espaço em que possamos olhar para dentro. O mundo interior pode ser efervescente, rico, sonoro, de uma profunda alegria de viver, mas de uma forma mais sensível na relação com o mundo e com os outros.

Resumindo, o futuro terá espaço para a arte e para os livros ilustrados.

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