“Trava na pose. Chama no Zoom. Dá um close” e lá estão eles, os líderes mundiais que comemoravam o fim da cúpula do G20 (ou será que comemoravam a ausência de BolsoNero nas fotos?) em frente a Fontana de Trevi na cidade de Roma. De fato, com o fim do G20 começaram as discussões para as rodadas de negociação de outro desafio mundial, a COP26 na cidade de Glasgow. O ano de 2021, era pra ter sido o momento da retomada sobre o futuro climático do planeta.

A expectativa era grande para a COP26. Depois de anos com lideranças, particularmente nos EUA de Trump, que negavam as mudanças climáticas e se negavam a qualquer negociação séria, o ano que começou apresentava a possibilidade real de avanços consideráveis nessa área. Ora, não demais lembrar que o limite para a amenização do aquecimento global está logo aí, 2030, depois disso, bau-bau. A pandemia e a nova realidade política nos EUA, com a eleição de Biden para presidente do país, deu a impressão para ambientalistas, cientistas e o restante das pessoas conscientes desse problema, a esperança de algo efetivo fosse organizado e aceito pelos países.

A COP26 começou como sugeria o protocolo extra oficial. BolsoNero dando um ghosting no pessoal, a presença do ministro do meio ambiente brasileiro cheio de mentiras (em especial, a Amazônia não está em chamas…) e querendo dar de dedo nos demais representantes de outras nações, impondo regras que serviriam ao agronegócio brasileiro e afiliados. Mas essa postura brasileira não perdurou muito, logo novos dados mostravam as falácias do governo BolsoNero e o Brasil teve que recuar. Não irei aqui fazer uma lista de decisões tomadas, basta vocês procurarem notícias sobre Glasgow 2021 ou COP26 que encontrarão os detalhes do que foi discutido e resolvido.

Novas metas foram definidas, particularmente para o chamado zero líquido das emissões de carbono para os próximos tempos. Além disso, significativo foi também a discussão sobre a manutenção do financiamento das medidas de mitigação do efeito estufa, tal qual o mercado de carbono etc. E outras tantas metas foram discutidas e entraram no relatório final da convenção.

Mas, a COP26 ficou engasgada, não convenceu. Grande parte das discussões e propostas ficaram no campo das promessas, do “depois a gente compra”. Na verdade, desde a primeira COP1 em Berlim (1995), o clima sempre foi tratado na base da promessa de ação, e que não se consolidaram na realidade. Independente dos polos políticos envolvidos, governos de direita ou esquerda, progressistas ou conservadores, os tomadores de decisão política mantiveram em suspensão qualquer tipo de iniciativa relacionada às mudanças climáticas falharam. Ou melhor, justiça seja feita, apenas o Mercado de Carbono e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que movimentam bilhões de dólares, e aí os interesses dos capitalistas fazem as coisas acontecerem, tem dinheiro, muito dinheiro envolvido.

Glasgow ficou engasgada em nós, todos nós. E aí? Só vamos aguardar os próximos capítulos?