Ao ouvir o nome “Bond, James Bond” todos já sabem de quem se trata, o espião mais famoso do cinema: 007. O personagem foi criado em 1953 por Ian Fleming e teve sua estreia nas telonas em “007 Contra o Satânico Dr. No” de 1962. Desde então Bond contou com 25 filmes, incluindo o recentemente lançado “007 Sem Tempo para Morrer”.
No papel houveram 6 intérpretes, sendo Sean Connery, o primeiro 007 nos cinemas, considerado até hoje o mais marcante. A atuação de Connery moldou tanto as figuras de herói quanto o que seria indicado por muitos anos como o “ideal de masculinidade” ¹.
O último a dar vida a Bond foi Daniel Craig, porém em 2019 o ator já havia dito que “007 Sem Tempo para Morrer” seria sua despedida do personagem. Desde de o anúncio de Craig, houveram diversas especulações sobre quem poderia ser o próximo intérprete ². Em meio a vários nomes, surgiram ideias como: e se 007 fosse uma mulher? E assim como em outros casos de troca de gênero ou etnia de personagens, a ideia dividiu a opinião do público.
O próprio Daniel Craig disse ser contra uma mulher no papel. Segundo ele “Por que uma mulher deveria interpretar James Bond quando deveria haver um papel tão bom quanto o de James Bond, mas feito para uma mulher?” ³. Apesar da fala do ator parecer positiva, ela carrega alguns problemas.
Para começar, não é a primeira vez que a troca de gênero ou etnia de um personagem causa reclamação entre o público. E entre diversas desculpas usadas para contestar a mudança, muitos usam o mesmo argumento de Craig.
Em uma discussão no Instagram, um fã protestava contra a mudança de etnia do personagem Deadshot, no filme “Esquadrão Suicida”. Em resposta a esse comentário, o diretor da sequência da franquia, James Gunn, pontua que “pessoas não fazem filmes sobre super-heróis desconhecidos”. No caso do 007 o mesmo se aplica.
Também vale pontuar que James Bond é um pseudônimo que acompanha o 007. Ou seja, o personagem não é uma pessoa, e sim várias que carregam o nome. Sendo assim, não haveria problemas de uma mulher adquirir o código. Pelo contrário, nessa troca a personagem poderia trazer novos dilemas para a franquia.
Há aqueles que também apontam o problema da figura de Bond estar diretamente ligada à figura “ideal” do homem, o machismo, racismo e imperialismo ⁴. De fato, durante a história, 007 fez jus a todas essas características. Entretanto, como pontuado aqui, a figura do espião é um título que é passado adiante. A concepção do que é certo e aceito mudou dos anos 60 até hoje. Logo creio que a figura que tomará o “manto” de 007 não precisa carregar os defeitos do antigo, e sim renovar a franquia de forma positiva.
Depois de 60 anos de história de Bond uma mudança como essa poderia ser bem-vinda à franquia. Se os produtores vão ou não aderir a mudança, devemos descobrir nos próximos anos. E você, gosta da franquia? Que atriz ou ator gostaria de ver no papel? Deixe nos comentários.
#ParaTodosVerem – Imagem de capa. Foto em horizontal com o número 007. Na direita do número há uma arma e o 7 forma o punho da pistola. O fundo da figura é preto.
Fontes:
¹ Veja
² Ingresso
³ Uol
⁴ Veja