Entre os dias 18 e 24 de outubro aconteceu o 50° Campeonato Mundial de Ginástica Artística em Kitakyushu no Japão, mesmo país que sediou a última Olimpíada. 

Neste ano, três brasileiros foram para a competição: Arthur Nory, Caio Souza e a Rebecca Andrade competindo no salto, trave e barras paralelas assimétricas¹. A Confederação Brasileira de Ginástica escolheu os três atletas se baseando em avaliações feitas de forma on-line².

Rebeca Andrade conseguiu duas medalhas, uma de ouro no salto e uma de prata nas barras assimétricas. Além disso, uma 6° posição na trave. 

Esse  foi um ótimo resultado para a brasileira, sendo a primeira atleta a subir no pódio duas vezes na ginástica em um mesmo Mundial e na Olimpíada. Nas Olimpíadas de Tokyo 2020 (realizada em 2021) ela conquistou duas medalhas: uma de ouro no salto e a prata no individual geral². Na edição anterior do evento, no Rio 2016, com 17 anos, ficou em 11° no individual geral³.

Rebeca vem a cada dia emocionando mais os espectadores e além disso, fazendo um sorriso surgir nos rostos dos brasileiros e de todas as pessoas que acompanham suas apresentações. Sempre mostrando habilidades e técnicas avançadas.

Rebeca é de Guarulhos (SP), mora no Rio de Janeiro e compete pelo Flamengo4,5. As suas conquistas têm um peso muito grande. As ginastas mulheres vêm esperando por essas medalhas nas Olímpiadas há muito tempo, desde Daiane do Santos, Daniele Hypolito e Jade Barbosa. 

Para além desses atletas, Rebeca Andrade representa os negros em uma modalidade tradicionalmente branca, que muitas vezes foram proibidos de atuarem em um esporte, e que na sociedade sofrem com comentários e atitudes racistas, como Daiane do Santos fala depois de Rebeca conquistar o ouro nas Olímpiadas: 

“Durante muito tempo não poderia ter uma ginasta [negra], diziam que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes. E hoje, a primeira medalha para uma menina negra. Tem uma representatividade muito grande por trás de tudo isso. […]” – Retirado da Revista Quem, Globo. Daiane dos Santos foi a primeira ginasta brasileira a ganhar ouro em um Mundial6.  

Rebeca mostra em suas apresentações a brasilidade e a simpatia, mas esta última é evidente também fora dos equipamentos. Percebemos como apoia as outras competidoras, não só do Brasil, mas de outros países. 

Não se pode esquecer de todo o esforço que ela fez para chegar até o ouro no Mundial e nas Olímpiadas. Indo para as o Japão depois de se recuperar de três cirurgias, uma em 2014, outra em 2015 e a última em 20177. E como diz Andrade, treina todos os dias mesmo estando triste ou cansada6

A trajetória da ginasta de 22 anos influenciou várias crianças que começaram a praticar esse esporte. Inspirando uma nova geração de mulheres e homens de quem certamente vamos ouvir muito no futuro. Segundo a prefeitura de Guarulhos, houve mais de 300 novas inscrições nas aulas públicas de ginástica artística desde o começo de setembro, quando retornaram as aulas presenciais8.

As suas conquistas são incríveis, os números, as posições e o esforço comprovam que ela ainda vai mostrar muito para o mundo e continuar a deixar a sua marca!

#ParaTodosVerem – Foto de capa em horizontal, Rebeca está uniformizada com um moletom amarelo, segurando nas costas a bandeira brasileira e com a mão direita acenando.

Fontes: 

¹ Agência Brasil

² Agência Brasil

³ CBG

Terra 

O Globo

Jornal Nacional

Espn

Diário do Nordeste