Dentro de um país há vários símbolos que o representam. No Brasil temos a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão da República e o Selo Nacional. Esses símbolos tem como objetivo transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a soberania da nação¹. Há também os heróis, são pessoas que durante a história do país prestaram um grande serviço e lutaram pela liberdade.
Segundo a Agência do Senado “Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes (1746-1792) foi o primeiro a ter o nome inserido no Livro dos Heróis da Pátria (21 de abril de 1992), por ocasião do bicentenário de sua execução. Mineiro, foi dentista prático e pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Participou de um movimento contra os pesados impostos cobrados pela coroa portuguesa (Inconfidência Mineira), reprimida pelo governo central. Foi enforcado e depois esquartejado.”²
Tiradentes lutou pela emancipação do Brasil diante do império da Coroa Portuguesa, que começou a cobrar impostos excessivos. Tanto no período imperial, quanto no período republicano, a imagem de Tiradentes passou a ser vista como um ícone da liberdade e da independência do Brasil, como um herói da nação³. Tiradentes é um bom símbolo nacional, porém temos outros símbolos que são problemáticos.
Recentemente, manifestantes atearam fogo em uma estátua do Borba Gato, que o homenageia pelos serviços prestados à nação no período colonial. Mas a que custo? Em uma petição on-line, à Secretaria Municipal de Cultura, que solicitava a retirada da estátua, dizia: “Borba Gato, bandeirante, foi um escravocrata responsável pela morte de povos indígenas durante a interiorização do território brasileiro. Hoje, a estátua Borba Gato, situada no bairro de nome homônimo, no distrito de Santo Amaro, presta homenagem à sua biografia genocida”⁴.
Em uma reportagem do G1 há um trecho que explica as atrocidades dos bandeirantes contra negros e índios: “Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios no interior do país e, neste processo, capturaram e escravizaram diversos indígenas e negros. Segundo historiadores, muitos mataram índios em confrontos que acabaram por dizimar etnias. Também estupraram e traficaram mulheres indígenas, além de roubar minas de metais preciosos nos arredores de aldeias, segundo o livro “Vida e Morte do Bandeirante”, de Alcântara Machado.”⁵

Estátua de Borba Gato pegando fogo, 24 de julho de 2021 Foto: GABRIEL SCHLICKMANN/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO
#ParaTodosVerem: Foto tirada de baixo para cima. Na imagem há uma estátua do Borba Gato pegando fogo. Na base da estátua há pessoas que parecem estar comemorando. Há uma faixa vermelha, com os dizeres: “Revolução periférica. A favela vai descer e não vai ser carnaval”
Borba Gato é colocado como um símbolo que fez muito ao país, pensando na época, sim, mas hoje temos que repensar esse seus feitos, e compreender como ele foi desumano com os índios e negros. Quando não reconhecemos essas atrocidades, estamos negando o respeito, a dignidade e a humanidade desses povos, afirmando que são inferiores.
Hoje se discute que esses monumentos sejam retirados, ou então, que haja conscientização de quem foram e o que fizeram. Há várias propostas pensadas, uma delas, criada pela deputada Erica Malunguinho (PSOL), é a de fazer a retirada desses monumentos e realocá-los em museus estaduais⁵. É uma ideia interessante, já que dentro de um museu poderá ter uma explicação de quem foram esses persongens.
Símbolos nacionais são importantes para uma união nacional e sentimento de pertencimento, os heróis nacionais também têm essa proposta mas, mais do que isso, servem como inspiração. E não podemos nos inspirar em quem mata, escraviza e vende pessoas, apenas baseado em uma ideia de que não são seres humanos.
#ParaTodosVerem: Selo nacional. Consiste num círculo, com fundo amarelo, escrito em verde: República Federativa do Brasil, dentro há outro círculo, azul escuro com uma faixa branca, escrito em verde: Ordem e Progresso. Nesse círculo azul escuro há estrelas. Esse círculo azul é igual ao da Bandeira Nacional.
Fonte:
⁵ G1