Essa semana começou os Jogos Paralímpicos do Japão. E já ganhamos medalhas: 6 de ouro, 4 de prata e 7 de bronze. O Brasil é uma potência nas paralimpíadas, em 2016 foram um total de 72 medalhas, o que o colocou em 8º lugar no ranking geral. No momento estamos no 6º lugar, mas está no começo e podemos faturar muito mais.

Após a 2º Guerra Mundial aumentaram os esforços para profissionalizar e internacionalizar a prática de esporte entre deficientes. Os médicos queriam formas de tratar e melhorar a qualidade de vida dos combatentes da guerra que ficaram deficientes. Viram no esporte uma forma de tratamento e integração à sociedade. Na Inglaterra, o médico Ludwig Guttmann, em 1948, reuniu pacientes pra uma competição esportiva, que passou a acontecer anualmente. Em 1952, participaram atletas estrangeiros, pela primeira vez. Em 196o, a 1º edição do Jogos Paralímpicos, com 400 atletas de diferentes países.

Porém, nem sempre as edições dos Jogos Paralímpicos foram realizadas na mesma sede dos Jogos Olímpicos, já que alguns países não se propuseram em adaptar as instalações para os atletas paralímpicos. Somente em 1988, que se oficializou que ambos seriam realizados na mesma cidade-sede. O evento sediado em Seul até hoje é considerado um marco nos esportes paralímpicos, pois permitiu que os paratletas utilizassem a mesma infraestrutura dos atletas olímpicos ¹.

Infelizmente esses atletas sofrem com o capacitismo. A terapeuta ocupacional Marina Severo Jantsch explica que capacitismo é a manifestação de preconceito ao supor que pessoas com deficiência sejam incapazes de realizar ocupações ou atividades que queiram ou precisam executar². Se vê comentários como: “exemplo de superação”, “se ele consegue, eu também consigo”, “eu não tenho nada e ainda reclamo”, entre outros.

A atleta, Verônica Hipólito, velocista campeã mundial e medalhista, ensina em sua rede social:

 

“Não é superação, é treino. A deficiência nada mais é do que uma característica. Eu já vi cadeirante passar em frente de igreja e ouvir: ‘vou orar para você melhorar’. Não queremos piedade de ninguém, queremos autonomia e inclusão”, afirma Verônica Hipólito ao El País Brasil³

Os atletas se preparam, treinam, batem recordes e ainda são vistos pelas suas deficiência e não seus esforços e dedicação. A deficiência não é incapacitante, há várias formas de uma atividade ser feita e cada pessoa vai fazer de forma diferente, utilizando de suas habilidades.

#ParaTodosVerem: Foto horizontal em ângulo de baixo para cima. Nela há um atleta, negro, magro, com uma prótese na perna direita. Ele está vestindo um uniforme para a pratica de salto em altura, consiste em uma regata verde que faz um degrade para o preto, e uma bermuda colada azul escuro. Na imagem ele está no ar, praticando o salto, abaixo dele, em paralelo ao horizonte, tem a barra vermelha que ele precisa saltar, pelo ângulo do foto ele parece estar deitado.

 

Fonte:

¹ Brasil Escola

² Folha do Mate

³Brasil El País