O Comunicast dessa edição, apresentado por Ana Fidalski, Hada Maller e Fernanda Fukushima, nos leva a uma conversa sobre a origem dos ditados populares. Você já se perguntou o que eles realmente significam? Confira ouvindo acima!

Transcrição do Comunicast

Vinheta:

Voz computadorizada: Som

*três batidas no microfone*

Voz computadorizada: Testando

*três batidas no microfone*

Voz computadorizada: Está no ar mais um Comunicast

*música de abertura animada*

Fernanda Fukushima: Um dia da caça, outro do caçador

Hada Miller: É como dizem, né, em Terra de cego, quem têm um olho é Rei.

Ana Carolina Fidalski: E não adianta chorar pelo leite derramado

F: Pois é, a esperança é a última que morre

H: E os últimos que serão os primeiros

A: Deus ajuda, quem cedo madruga

F: A mais é aquele ditado, né, vamos fazer o que?

*trecho da música do Zeca Pagodinho – Camarão que dorme a onda leva

‘’A pedra é muito forte
Mas tem um, porém, meu bem
A água tanto bate até que fura’’ *

F: Olá, estamos começando mais um Comunicast, que é uma iniciativa do projeto Comunica UEM, do curso de Comunicação e Multimeios da Universidade Estadual de Maringá

H: O Comunica UEM, é um projeto experimental, que busca produzir materiais multimidia ticos sobre várias temáticas diferentes.

A: A ideia mesmo, é experimentar com formatos e temas, muitas vezes pouco abordadas

H: No podcast de hoje, vamos falar sobre ditados populares. O que eles são? Como as crianças os veem? E as histórias de alguns

* trecho da música do Zeca Pagodinho – Camarão que dorme a onda leva

‘’Camarão que dorme a onda leva
Hoje é o dia da caça, amanhã do caçador’’ *

H: Ditados populares são expressões que através dos anos se mantem as mesmas, aplicando exemplos morais, filosóficos e religiosos

F: Os provérbios e ditados populares constituem uma parte importante da cultura de cada lugar

H: Sua estrutura é pareada e pode ser tanto em prosa como em verso para assim facilitar essa perpetuação oral

*som de várias vozes conversando*

A:  Fomos procurar algumas crianças e perguntamos para elas o que elas acham que alguns ditados populares significam. E o resultado foi sensacional. Vocês podem conferir a seguir.

H: Bem, o que vocês acham que significa: em briga de marido e mulher ninguém mete a colher?

Criança 01: Que se a gente da comida pra pessoa, quando o marido e mulher tá brigando, a pessoa não vai querer. Vai ficar bravo.

Criança 02: Hum… pra não se meter na briga.

Criança 03: Que não é pra se meter na conversa.

H: E agora, o que vocês acham que é: não adianta chorar pelo leite derramado?

Crianças 01: Porque… Se o leite derramado cair no chão, a gente vai ficar triste

Criança 02: Aquela música lá… Não chorar pelo leite derrama… (cantarola)

Criança 03: Ééé… Que aquando não têm leite, não é pra ficar reclamando que não têm

H: Agora outro: Para um bom entendedor, meia palavra basta.

Criança 01: Que não adianta, a gente fica falando muita coisa, porque daí é mais fácil falar resumido, do que falar tudo de uma vez.

Criança 02: É que…Uma pessoa está falando, mas só uma palavra que a pessoa já entende.

Criança 03: Quando uma pessoa fala uma coisa pra outra, é… o outro fica escutando e dai na hora de falar o negócio, ele já sabe pelo menos.

H: Hum… Tá acabando, hein. Em Terra de cego, quem tem um olho é Rei.

Criança 01: Porque na Terra de cego, quem tem um olho, ele vai poder vê e depois mandar as pessoas cegas fazer o que a pessoa tem que fazer

Criança 02: O Rei é muito legal.

Criança 03: Várias pessoas cegas e um Rei

* trecho da música do Zeca Pagodinho – Camarão que dorme a onda leva

‘’ Hoje é o dia da caça, amanhã do caçador
Hoje é o dia da caça, amanhã do caçador ‘’*

F: Você sabe de onde vem a expressão: Tirar o cavalo da chuva?

A: E: Pensando na morte da bezerra?

H: Ou talvez você saiba o ditado popular: Jurar de pés juntos?

A: Não sabem o que significa alguns desses? A gente explica.

*som de chuva e trovoada*

F: A expressão tirar o cavalo da chuva, vem lá do século XIX. Quando uma visita ia ser breve ela deixava o cavalo ao relento em frente a casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só podia por o animal protegido da chuva, se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: Pode tirar o cavalo da chuva. Depois disso a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

A: Para expressão: Pensando na morte da bezerra, a história mais aceitável para explicar a origem do termo, é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrifícios para Deus, como forma de redenção de pecados. Um filho do Rei Absalão, tinha um grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra.

H: A expressão jurar de pés juntos, surgiu através das torturas executadas pela santa inquisição, nas quais o acusado de heresia tinha as mãos e os pés amarrados e era torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz. Muito legal, não é mesmo?!

* trecho instrumental da música do Zeca Pagodinho – Camarão que dorme a onda leva*

F: São inúmeros os ditados populares e com certeza você já deve ter conhecido alguns.

H: Provavelmente já escutou muitos da sua avó ou do seu avô.

A: Para fechar essa adição do Comunicast, nós escolhemos a música “Ditados Populares” da banda Homem de Pedra.

*letra da música “Ditados Populares” – Homem de Pedra

Olho por olho dente por dente
Aqui se faz aqui se paga
Vamo simbora que atrás vem gente
Dá licença que eu quero passar

Não bote o carro na frente dos bois
Não deixei pra depois o que pode ser feito agora
Contra má sorte coração forte
É sempre melhor prevenir do que remediar
Devagar com o andor que o santo é de barro
Não é com palha que se apaga o fogo
A pressa é inimiga da perfeição
Palavra fora da boca é lepra fora da mão

E não me dê conselho sei errar sozinho
Não há mestres como o mundo
E não fale a Deus dos teus grandes problemas
Fale a teus problemas que tu tens um grande Deus
Nem todas as verdades são para ser ditas
Não pode governar quem não sabe obedecer
Pra cuspir rosas é preciso saber engolir espinho
Pra quem tarde levanta chega cedo o anoitecer

Quem planta vento colhe tempestade
Quem planta amor colhe saudade
Quem anda em terra alheia pisa no chão devagar
Quem é dono não cíuma quem não é quer cíumar
Amar é a gente querendo achar o que é da gente
Uma ndorinha só não faz verão
O quase tudo é quase sempre o quase nada
Nas curvas do teu corpo eu capotei meu coração

F: Essa edição foi produzida por mim, Fernanda Fukushima

H: Por mim Hada Maller

A: E por mim, Ana Carolina Fidalski

F: Você pode ficar ligado em mais produções e saber mais sobre o projeto em nosso site: www.dfe.uem.br/comunicauem

Todas juntas: Até mais!

*trecho da música do Zeca Pagodinho – Camarão que dorme a onda leva

‘’Camarão que dorme a onda leva
Hoje é o dia da caça, amanhã do caçador

Camarão que dorme a onda leva
Hoje é o dia da caça, amanhã do caçador’’ *