Com dez anos de tradição, sabemos que os meses de maio e junho são meses em que os estudantes, professores e pesquisadores da área de Comunicação aguardam ansiosamente, pois são as datas reservadas para realização dos Congressos Regionais da Intercom.
Infelizmente, devido a crise sanitária global, a troca de conhecimento, experiência e afetos que os eventos proporcionam foram limitadas este ano. Após o adiamento dos eventos e a torcida sem muito resultado para que a situação pandêmica melhorasse, os organizadores da Intercom resolveram que era hora de adaptar: em vez de 5 congressos regionais presenciais, um grande Encontro Inter-Regiões Intercom on-line seria feito, com intuito de criar um espaço de união, integração e solidariedade entre todos da área de Comunicação.
Não tentando transformar todas as atividades programadas de forma presencial para o ambiente virtual, o Encontro Inter-Regiões Intercom preparou durante todo o mês de outubro um calendário de programações com bastante debate, conversa, troca e as premiações anuais do Expocom de cada região.

Programação mês de outubro do Encontro Inter-Regiões Intercom
E falando em premiações, também já virou tradição o nosso curso de Comunicação e Multimeios voltar para casa com diversas indicações e conquistas de prêmios. Este ano tivemos alunos e professores sendo indicados em 9 categorias do Expocom Sul, sendo elas: Embalagem, História em Quadrinhos, Direção de Fotografia, Edição de Livro, Vídeoclipe, Fotonovela, Ficção em áudio e rádio, Produção Multimídia e Game.
Dentre os indicados, conseguimos trazer o prêmio para casa em 3 categorias! Vamos conhecer melhor nossos projetos vencedores?
Na categoria fotonovela (obs: CMM leva esse prêmio pelo terceiro ano consecutivo!) temos a fotographic novel Fraternos, pelos alunos Guilherme Vinicius Persuali e Hada Maller.

Capa de Fraternos
Hada: A Fraternos é uma fotographic novel, ou seja, um produto híbrido entre fotonovela e graphic novel. A proposta era resgatar um pouco de uma mídia que está em desuso (a fotonovela) e misturar com a graphic novel, que está cada vez mais em ascensão. Para isso, nós misturamos os dois gêneros, respeitando os limites de cada uma das linguagens e criando nossa história.
A narrativa é sobre dois irmãos, a Luana e o Francisco. O livro tem duas capas que são invertidas, então você pode começar a ler por qualquer um dos lados que correspondem aos diferentes pontos de vista de cada um dos irmãos. Quando chega ao final de uma história, você fecha o livro, virá ao contrário, e começa a ler novamente, com um plot diferente mas que também se cruzam em alguns momentos. Foi orientado pelo prof Cassio Ceniz e prof Tiago Lucena
Na categoria Ficção em áudio e rádio temos o audiodrama Crônicas de Ascenção, elaborado pelos alunos Evandro Leite e Bianca Caroline

Crônicas de Ascensão – Logotipo
Evandro: O Crônicas de Ascenção é um programa de audiodrama que eu e a Bianca fizemos para matéria de empreendimentos, e produzimos o episódio piloto. Esse episódio introduziria uma série antológica em que nós trariamos de temas relacionados a discussões veganas, tentando personificar os animais, mostrando como seria um humano passando pelos maus tratos que eles sofrem nas mãos da indústria alimentícia. Humanizando esses personagens acreditamos que poderíamos apelar para empatia dos ouvintes.
O programa vem com uma pegada bem criativa e experimental, meio pulp/noir e o desafio era deixar essa estética evidente só com som, então trabalhamos bastante a sonoplastia pra criar um ambiente sonoro que fizesse sentido dentro da narrativa, os atores fizeram vozes bem caricatas para deixar tudo muito grandioso e exagerado. O objetivo era chocar e deixar uma marca em quem tá escutando, talvez dar alguma coisa pra refletir.
Para ouvir o episódio piloto de Crônicas de Ascenção clique aqui
Por fim, nosso terceiro projeto vencedor foi na categoria Edição de Livro, com o livro “‘É tudo igual: um livro sobre representatividade asiática em produções hollywoodianas” da aluna Isabella Tamaki.

Fotografia da capa do livro “É tudo igual?”
Isabella: “É Tudo Igual?” é um livro de análise fílmica com foco na representação de personagens femininas asiáticas no cinema hollywoodiano. O objetivo principal do livro é pautar a temática da representatividade asiática-amarela feminina em Hollywood, tanto dentro da universidade como para o público geral que consome cultura pop, além de entender como as mulheres asiáticas geralmente são retratadas no cinema. O próprio título do projeto – É Tudo Igual? – foi escolhido por causa da frase “asiático é tudo igual”. Quiz transformar isso em uma questão: asiáticos(as) são realmente parecidos(as) ou isso é consequência de uma imagem estereotipada que vemos na mídia?
Na introdução do livro há uma breve explicação do porquê o termo “asiático” é utilizado no lugar do “oriental” e quais as limitações e certos fetichismos e exotismos que o último termo carrega. Em seguida, há a discussão sobre whitewashing e yellowface, duas práticas ainda comuns em Hollywood que contribuem para o apagamento de personagens asiáticas. O capítulo principal é composto pelas análises cinematográficas de 11 filmes e discussões sobre os principais estigmas ligados às mulheres asiáticas – como a nerd, a ninja ou a garota “diferentona” com uma mecha neon no cabelo – e quais as possíveis consequências desses apagamentos, ou então dessa imagem estereotipada e muito reduzida para garotas asiáticas da vida real.
O livro conta com um último capítulo – esse, mais otimista! – sobre o futuro da representatividade feminina asiática em Hollywood e como é possível representar uma mulher asiática complexa e de forma responsável. Há um glossário com termos da cultura pop e da cultura asiática para que um público geral possa compreender todo o conteúdo.
Para conferir o livro virtual de forma completa acesse aqui 😉
a parte mais legal dos eventos de comunicação é conhecer outros trabalhos e ter essa troca com outras pessoas da área (além da viagem, claro!). Foi – Isabella.
Com a premiação on-line, nossos ganhadores não tiveram a emoção de subir ao palco. O Comunica perguntou a eles sentiram falta do calor humano das premiações presenciais:
Hada: Esse ano é o terceiro ano que eu participo do intercom, e nas duas outras vezes foram encontros físicos. Foi a primeira vez que eu enviei um trabalho para o expocom. Nos outros anos eu vibrei e torci com nossos amigos que ganharam prêmios, pude assistir às apresentações dos concorrentes, era realmente uma festa, muita gritaria e tentativa de fazer a uem se destacar no encontro cheio de gente.
Foi bem frustrante na verdade não poder participar de tudo isso esse ano, mas ao mesmo tempo fiquei feliz que vencemos. O intercom disse que ainda entrariam em contato sobre a entrega do troféu, e eu queria bastante ter ele aqui em casa, espero que dê certo.
Evandro: Foi muito legal participar do expocom online, com certeza não é a mesma coisa que estar lá no meio da bagunça, ficar ansioso antes do anúncio e fazer um escândalo quando for receber o prêmio, mas não tenho certeza se iria se fosse presencial, então pelo menos desta forma pude ver nosso trabalho sendo vitorioso ao vivo, que é gostinho bom demais. Fico na esperança de estar presente no auditório em próximo talvez
Isabella: Na minha opinião, a parte mais legal dos eventos de comunicação é conhecer outros trabalhos e ter essa troca com outras pessoas da área (além da viagem, claro!). Foi bem legal participar, mesmo online, mas sinto que não tem a mesma emoção de apresentar e comemorar, como no presencial. Foi difícil gravar o vídeo de apresentação, por exemplo, porque parecia que eu estava sozinha falando só pra uma tela… Acho que o evento conseguiu fazer uma festa online legal pra acompanharmos a premiação ao vivo e também tivemos acesso aos outros trabalhos, mas ainda não é a mesma coisa.
O ComunicaUEM parabeniza todos os indicados e os vencedores do Expocom Sul 2020 e deixa aqui como um incentivo para os outros alunos de CMM, porque todos os anos trazemos prêmios para casa, quem sabe o próximo não pode ser o seu?