Nesta quarentena, mudamos o nosso modo de viver e de enxergar a vida. Alguns de nós desaceleramos, outros ficaram sobrecarregados e outros >ainda mais< sobrecarregados. De qualquer forma, a vida não tem sido igual a de um ano atrás. Muitos estão com os sentimentos a flor da pele, muito medo, muita preguiça, muita excitação ou muito amor. Uma loucura difícil até pra nós mesmos nos entendermos, né? E no meio de toda essa bagunça, os relacionamentos amorosos também estão sendo balançados, alterados ou potencializados. Para trazer esse tema para vocês, conversamos com três casais (muito queridos, inclusive): Naomy e Isabela, João e Vinicius e Carol e Caio. Foi um papo leve e descontraído de um tema que mexe com os nossos corações.
Isa e Naomy se conheceram pelo Twitter e apesar de saberem lidar com a distância, não aguentam mais tanto tempo longe uma da outra. “A quarentena nos obrigar a beber”, elas brincam.
As meninas estão juntas há um ano e a Naomy disse pra gente que no começo do relacionamento elas ficavam até um mês sem se ver, porque ela estava em Campo Mourão e a Isabela em Maringá, mas agora está bem difícil lidar com a distância. Elas estão passando a quarentena separadas, mesmo morando próximas uma da outra, estão sem encontrar ninguém fora de casa há muitas semanas. A Isabela desabafou que uma das coisas mais difíceis desse período é a vida sexual do casal, “estamos virgens de novo”.
“Eu já namorei à distância e tenho pavor de vivenciar essa situação de novo, e é horrível ser forçada a isso” – Isabela Panizza
“Muita gente leva a distância como algo positivo pra focar na vida individual, e levam isso de uma forma muito boa”, Naomy conta. Apesar disso, elas dizem que esse tipo de relacionamento não seria uma opção para o casal depois que tudo isso passar. “Sou muito bem decidida quanto a isso”, a Isa diz.
Porém, antes de um relacionamento, vem a paixão, aquele friozinho na barriga, não é mesmo? Mas seria possível se apaixonar virtualmente? O João diz que sim, mesmo já morando com seu marido. “Hoje em dia com as ferramentas que a gente tem é bastante possível se mostrar virtualmente, mostrar os interesses, a personalidade, a conversa e sobretudo a própria aparência, até porque não há mais essa cisão de vida virtual e real, vida virtual também é real, né? Então da mesma forma que é possível que um casal esteja junto, morando junto, porém, virtualmente dialogando com outras pessoas, eu acho que também é possível o contrário.”
“Minha sugestão para os novos casais da quarentena, é pra que tentem ser ponderados, porque nós estamos em um período de sensibilidade no geral, e acho que as redes favorecem a sermos carente da aprovação do outro, ao “like” do outro, então é muito fácil se apaixonar via redes sociais. É aquele mesmo chavão: “os caras dizem isso pra todas”, então, pode se repetir nas redes sociais. Ah, e cuidados com os nudes (risos).” – João Baliscei
Vinicus e João se apaixonaram em um projeto que participaram do governo do PR, chamado Viva o Verão, eles estão juntos desde 2009 e em 2010 começaram a morar juntos.
Mesmo morando juntos há muito tempo, Vinicius e João estão ainda mais ligados agora na quarentena que passam todo o tempo em casa. João contou que a vantagem é que eles, antes de tudo, são muito amigos e ainda possuem muitos interesses semelhantes, por isso, ele diz que para eles a quarentena está sendo muito tranquila. “A gente consegue trabalhar aqui na nossa casa, compartilhar dos nossos interesses (os filmes, os livros, as atividades que a gente faz) e possivelmente posterior à quarentena vamos continuar com as mesmas coisas, porém saindo de casa”, conta. João diz que eles assistiram muitas séries e filmes na quarentena, entre eles: Toy Boy (detestaram), O Homem Invisível e A Vida e a História de Madam C.J Walker.
Carol e Caio também estão maratonando séries para ter um alívio nesse período maluco e pandêmico. A preferida deles atualmente é That’s 70s Show. Para o casal, o maior aprendizado da quarentena no relacionamento é ter paciência.
Carol e Caio estão juntos há seis anos, se conheceram ainda na adolescência e desde o primeiro beijo nunca mais ficaram longe um do outro.
“As pessoas no geral estão mais estressadas, seja com as notícias, com o trabalho, dinheiro e tudo mais, então é preciso saber lidar com o outro”
– Caio Freitas
A Carol conta que não está podendo sair de casa, então o casal começou a se divertir com outras coisas em casa como videogame, inventando pratos novos “- mesmo que nenhum tenha dado certo, risos -” e assistindo filmes e seriados com mais frequência. “É importante relevar alguns momentos de estresse. Eu acho que assim como a gente, outros casais têm muitas preocupações, até de perder o emprego. É sempre bom que ambas as partes olhem o lado do outro, pois antes era muito fácil, se um casal discutia, muitas vezes um passeio para distrair poderia resolver, agora não tem como, tem que se resolver. A conversa é muito importante para a convivência”, Carol aconselha.
E para dar aquele último “help” deixamos aqui esses conselhos do João, sobre os sentimentos da quarentena: “nesse momento que a gente tá sozinho, acabamos revisitando algumas ideias que não são inventadas, no sentido de que elas não são uma ilusão, não são bobagens. Meu conselho é que toda ideia que for acessada durante a quarentena não seja esquecida, mas que ela seja revisitada em outros momentos quando tivermos mais condições de reformulá-las. Toda queixa que se tem nesse período não deve ser desmerecida só porque estamos vivendo algo diferente.”
“Toda decisão que é tomada sob efeito do álcool, ou sob efeito da pandemia não é inventada, mas potencializada” – João
O Comunica deseja muito amor aos “quarenteners” e agradece cada casal que participou dessa matéria! Ah, e depois conta pra gente o que achou dos conselhos.