Você se lembra de ter imaginado, há dez anos atrás, como o mundo seria em 2019? Se já, o tempo correspondeu às suas expectativas? Filmes clássicos como Matrix (1999), Blade Runner (1982) e 2001 (1968), são fontes que alimentam as nossas expectativas sobre o que esperar do futuro da humanidade. Mas esses não são o primeiro contato com os supostos destinos da raça humana.
No dia 23 de Setembro de 1962, a ABC TV, grupo estadunidense de televisão, estreava Os Jetsons, primeiro programa em cores. Apesar de ser idealizado em uma era onde a tecnologia ainda dava pequenos passos, a série pôde prever muitos avanços que hoje, se tornam recorrentes no nosso cotidiano e foi a responsável por implantar na imaginação dos telespectadores o que seria o futuro da humanidade.
A animação trata de uma família que vive em uma cidade futurística, com casas flutuantes e carros voadores, Orbit City. É evidente que a tecnologia dos dias de hoje ainda não permitiram essas evoluções, porém, já com o primeiro episódio da série animada, podemos identificar muitas semelhanças, não somente dos avanços tecnológicos, mas do comportamento da humanidade diante à estes.
Os robôs, os computadores e máquinas de diversas funcionalidades já faziam parte do cotidiano da família. A empregada doméstica, Rosie, é um robô que limpa, passa, cozinha e tem pensamentos próprios. Os alimentos já não eram preparados, mas sim, retirados de uma máquina. Além disso, Hanna-Barbera também previu as videochamadas através de televisores.
Não só nos produtos do desenvolvimento tecnológicos podemos perceber semelhanças. Os personagens se encontram envolvidos pelo consumismo, como no primeiro episódio da animação, no qual a máquina que serve alimentos apresenta defeitos e Jane, a mãe da família propõe a compra de uma nova. George, o pai, se recusa a comprar já que não terminaram de pagar a que compraram anteriormente. Jane também é habituada a frequentar o shopping da cidade e fazer compras compulsivamente.
Além disso, os protagonistas também se encontram em estado de sedentarismo, se locomovem através de esteiras e cadeiras voadoras e também são completamente alienados pelas mídias.
Apesar de ser uma produção de mais de cinquenta anos atrás, a série serve de panorama para analisarmos se as evoluções acompanharam a imaginação do que seria. Os anos de diferença não deixam com que a série seja menos atual, pelo ao contrário, traz diversas reflexões sobre as evoluções tecnológicas e os comportamentos humanos diante desses avanços que podem ser facilmente aplicados aos dias de hoje.
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