O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas, o Lepac da UEM, foi criado em 1982 como projeto de ensino que passou a funcionar em caráter permanente no ano seguinte. Inicialmente foi criado para viabilizar as disciplinas profissionalizantes do curso de Farmácia e, mais recentemente, do curso de Biomedicina. Ao longo do tempo, as atividades desenvolvidas ampliaram as possibilidades do ensino na área de análises clínicas, consolidando o LEPAC como centro de apoio ao ensino de graduação e de pós-graduação, especialmente nos programas de Mestrado e Doutorado em Biociências e Fisiopatologia, em Ciências da Saúde e no programa de Residência em Farmácia com Ênfase em Análises Clínicas na Atenção à Urgência e Emergência, da Universidade Estadual de Maringá.

É Laboratório de Referência da macrorregião Noroeste do Paraná, que abarca 113 municípios, disponibilizando exames laboratoriais de alta complexidade que não são realizados na Rede Básica do Sistema Único de Saúde e rede privada. Faz parte da Rede de Laboratórios de Quantificação de Linfócitos T CD4+ e CD8+ e da Quantificação da Carga Viral do HIV, das hepatites B e C do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde, atuando também no monitoramento de pacientes portadores crônicos das hepatites B e C, atendendo as 11ªRS, 12ªRS, 13ªRS, 14ªRS e 15ªRS. Participa da Rede de Teste Rápido para a Tuberculose, do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT/DEVIT/SVS/MS).

É o único laboratório especializado no diagnóstico de fungos patogênicos (Paracoccidioidomicose, Histoplasmose) na macrorregião Noroeste do Paraná. Referência Regional para o diagnóstico de Meningites, Leishmaniose, Hanseníase e doenças Íctero-hemorrágicas, caracterizando-o como um laboratório eminentemente epidemiológico.

Desde o ano de 2014, é o único laboratório público, credenciado ao SUS, para realizar a análise de citologia oncótica de colo de útero, ofertada à população do Estado do Paraná, o controle do câncer do colo do útero é hoje uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil.

O laboratório também é o maior do Estado depois do Laboratório Central do Paraná (Lacen), em Curitiba, atende aproximadamente três mil pessoas e realiza em média cerca de 8 mil exames de média e alta complexidade por mês, onde eles testam todo tipo de amostra, como sangue, fezes, urina, entre outros.

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Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas

Em maio deste ano, com todas as notícias que foram publicadas sobre cortes na educação, também foram postadas algumas de que o Lepac poderia suspender seu atendimento ou até fechar. Passado alguns meses de todas essas informações, fomos conferir no Laboratório como está a situação atual do projeto, quais são seus benefícios para a comunidade externa e quais seriam os prejuízos se ele deixasse de existir.

Lá conversamos com a supervisora técnica Eneide A. V. Venazzi, que nos informou que o projeto tem condições de expandir e futuramente atender o estado todo, porém no momento eles têm enfrentado algumas dificuldades, primeiro a retenção de receitas da DREM (Desvinculação de Receitas de Estados e Municípios), em que o Governo do Estado retém 30% dos rendimentos próprios das universidades estaduais, e o outro é a falta de contratação de servidores para repor os funcionários que estão se aposentando, ela enfatiza que não é para expansão, e sim apenas para essa reposição. Para exemplificar a situação ela conta que ano passado houveram 5 farmacêuticos que se aposentaram, e que eles conseguiram a contratação de apenas três temporários, que serão treinados e preparadas mas só podem atuar por 2 anos lá. Na área de técnicos de laboratório ocorreu também a saída de vários, por conta dessas aposentadorias, mas não houve a reposição de nenhum, nem temporários.

A supervisora menciona que antigamente alguns exames eram feitos somente em Curitiba, mas hoje eles já realizam lá mesmo, então os pacientes que antes esperavam um mês para ter o resultado, hoje com uma semana já recebem o diagnóstico, mostrando a importância do projeto e como ele facilita a vida dos pacientes. Porém, com os cortes, tudo tem sido feito com mais dificuldade, ela expõe que eles só estão abertos porque o governo enviou uma compensação, em dinheiro, que possibilitou a compra dos reagentes, pois eles estavam sem recursos até para a compra destes. Como eles são um laboratório de ensino eles não visam o lucro, mas sim a formação dos profissionais, e como a maior parte dos atendimentos ocorrem via SUS e não de convênios particulares, poucos exames dão lucro,  a  supervisora técnica afirma que fica muito difícil trabalhar no prejuízo, pois não há reposição do valor dos kits do laboratório.

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A supervisora técnica Eneide A. V. Venazzi

Sobre os prejuízos à comunidade externa se o projeto deixasse de existir, a supervisora revela que seriam enormes, os resultados dos exames iriam demorar muito mais para ficarem prontos, pois seriam feitos em Curitiba, mas o Laboratório Central do Estado também não daria conta de tudo, pois também estão com déficit de funcionários, então para a supervisora tudo “viraria um caos”. Eneide A. V. Venazzi finaliza dizendo que eles estão lutando para continuar oferecendo os serviços, pois entendem a importância deles para todo estado e para a universidade, mas que têm sido muito difícil com todas essas complicações.


Fonte:

Site Oficial do Lepac