Em 2018 foi fundado o Grupo de Pesquisa em Hipertensão Arterial Sistêmica, Rigidez Arterial e Envelhecimento Vascular (GPHARV), o qual é vinculado aos Departamentos de Medicina (DMD) e de Educação Física (DEF) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), assim como ao Hospital Universitário de Maringá (HUM). O objetivo do GPHARV é abordar e atuar sobre temas emergentes e atuais em diversas populações, possuindo foco na hipertensão arterial sistêmica, rigidez arterial e envelhecimento vascular, eventos cardiovasculares e intervenções farmacológicas e não-farmacológicas.

Em seu primeiro ano foi realizada a pesquisa “EFEITO DE UMA SESSÃO DE TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE (HIIT) NA SAÚDE VASCULAR DE MULHERES COM EXCESSO DE PESO”, contendo um grupo específico para o estudo: pessoas do sexo feminino entre 18 e 40 anos, que apresentassem quadro de obesidade de acordo com a classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (IMC: ≥ 30 kg/m²), bem como o peso corporal estabilizado há, pelo menos, 12 semanas, além de não terem participado de programas para redução de peso anteriormente e não poderiam ser portadoras de cardiopatias, diabetes e/ou hipertensão e doenças endócrinas, nem fumantes, e, por fim, não serem usuárias de medicamentos que pudessem alterar os sistemas cardiorrespiratório e neuromuscular.whatsapp-image-2019-09-29-at-10-01-37-am-1Já nesse ano, um novo estudo, com uma nova abordagem, está sendo desenvolvido. O objetivo da pesquisa “EFEITOS DO HIGH-INTENSITY INTERVAL TRAINING (HIIT) SOBRE OS PARÂMETROS METABÓLICOS, INFLAMATÓRIOS, RIGIDEZ ARTERIAL E DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA (STRAIN) EM MULHERES OBESAS: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO” é testar o melhor tipo de exercício para a saúde cardiovascular de mulheres obesas. São analisados os efeitos de diferentes modalidades de exercícios físicos, em mulheres com obesidade, sobre as variáveis morfológicas (peso, altura, circunferência da cintura e gordura corporal), metabólicas (níveis de glicose, insulina e gordura no sangue), inflamatórias (substâncias inflamatórias no sangue ), rigidez arterial (capacidade da arteria em contrair e dilatar para a passagem do sangue, por meio de tonometria de aplanação, uma discreta compressão na pele), além da deformação cardíaca (capacidade do coração de relaxar e contrair as suas paredes em cada ciclo cardíaco, realizado mediante um exame de ultrassom do coração).

O público da atual pesquisa é basicamente o mesmo do primeiro estudo, exceto pela diferença na faixa etária, sendo para mulheres entre 18 e 35 anos. Esse grupo é composto por 30 mulheres obesas, que durante 16 semanas, com uma frequência de 3 dias a cada uma, realizarão um programa de treinamento físico supervisionado por estudantes e profissionais da Educação Física. Além disso, ela também permite a realização de avaliação médica por cardiologista, exames cardiológicos, avaliação nutricional, exames sanguíneos, testes de esforço físico e avaliação corporal e antropométrica.

O GPHARV é coordenado pelos professores Dr. Rogério Toshiro Passos Okawa e Dr. Sérgio Seiji Yamada, além dos pesquisadores e professores colaboradores, Prof. Dr. Wendell Arthur Lopes, Prof. Dr. Jorge Juarez Vieira Teixeira e Prof. Drª. Kesia Gemima Palma Rigo Wutzow. As doutorandas Me. Bárbara Letícia da Silva Guedes de Moura e Me. Caroline Ferraz Simões também fazem parte do projeto, bem como os mestrandos Gustavo Henrique de Oliveira, Higor Barbosa Reck, João Carlos Locateli e Victor Hugo de Souza Mendes, além da graduanda Carla Eloise Costa. O mestrando Victor Mendes comentou um pouco de sua visão sobre o projeto:

COMUNICA: Victor, como você entende que projetos como o GPHARV podem agregar para a comunidade interna da UEM e para a comunidade externa?

VICTOR: O projeto GPHARV contribui com a comunidade interna da universidade, atraindo alunos das áreas de Educação Física, Farmácia e Medicina, elevando o nível de formação acadêmica e profissional. Em relação à comunidade externa, o grupo, através de projetos científicos, oferece avaliações físicas, cardiológicas e treinos sistematizados por profissionais formados e especializados em suas devidas áreas, com o intuito de proporcionar a prática de atividade física regular e segura. Essa prática permite a melhora de parâmetros fisiológicos estudados pelo grupo, sendo alguns deles: hipertensão arterial sistêmica, rigidez arterial e envelhecimento vascular, eventos cardiovasculares e intervenções farmacológicas e não-farmacológicas em diferentes populações.

COMUNICA: O descaso governamental para com as universidades afeta o projeto em que nível?

VICTOR: Os cortes propostos pelo o atual governo afeta principalmente os programas de pós-graduação, sendo alguns extintos por não conseguirem um nível de produtividade elevado proposto pelos órgãos que regulamentam a pesquisa no país. Com o corte do número de bolsas de estudos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, é diminuída a procura de alunos interessados na área acadêmica, reduzindo, assim, o número de pesquisas e a formação de novos pesquisadores. E essa diminuição de investimento na pesquisa interfere diretamente na qualidade dela, pois a condução de uma pesquisa exige recursos básicos e avançados para se obter um trabalho de qualidade com um alto nível de publicação. Só assim é possível divulgar a pesquisa brasileira para a comunidade científica e para a sociedade como um todo.

COMUNICA: Você já é formado na universidade e continua tendo um vínculo muito próximo à ela. De que forma o projeto contribui para ensinamentos depois da graduação?

VICTOR: Os projetos científicos oferecidos pelas universidades têm uma importância relevante na formação de um acadêmico, pois eles têm o objetivo de debater ideias, além de desenvolver trabalhos em torno de linhas comuns de pesquisa e de envolver-se profissionalmente com essa atividade. A importância do envolvimento de um acadêmico com esses grupos vai possibilitar uma chance de ter contato direto com pesquisadores de interesses similares aos seus, mas em diferentes níveis de conhecimento. Proporciona autonomia, segurança para trabalhar na área desejada, seja na pesquisa científica ou no mercado de trabalho. Em relação ao GPHARV, o acadêmico que faz parte de nosso grupo vai ter a oportunidade de estudar grupos de indivíduos especiais (grupo de pessoas com doenças respiratórias, cardíacas, obesos, diabéticos, hipertensos), realizando avaliações físicas e prescrevendo treinamento para esses tipos de grupos.whatsapp-image-2019-09-29-at-10-01-37-amO GPHARV ocorre às segundas, quartas e sextas-feiras, das 17:30 às 19:30, na pista de atletismo da UEM. O projeto é totalmente gratuito e a cada nova pesquisa seleciona um novo grupo beneficiado. Para mais informações, novidades sobre o projeto e seu andamento acesse o Instagram do grupo. O contato com a equipe também pode ser feito pelo Instagram ou através do telefone/whatsapp (44) 99175-7699, bem como pelo e-mail (gpharv.uem@gmail.com) ou pessoalmente no Núcleo de Pesquisa Clínica e Bioequivalência, na Av. Mandacaru, 1590 – Parque das Laranjeiras, Maringá – PR.

 


Todas as fotos utilizadas são de autoria do projeto GPHARV.