O Programa Educação Tutorial (PET) é um programa mantido pelo ministério da educação que tem o compromisso de aprimorar os cursos de graduação nas instituições de ensino superior do país para formar cidadãos que aprendem a trabalhar em equipe, a irradiar aos colegas o espírito de liderança e o compromisso com a geração de conhecimento para a solução de problemas. O programa consiste em grupos formados por acadêmicos orientados por um professor tutor que desenvolvem atividades de extensão, ensino e pesquisa. Seus objetivos principais, de acordo com o documento de Orientações Básicas do Programa, são: oferecer uma formação acadêmica de excelente nível, visando a formação de um profissional crítico e atuante; promover a integração da formação acadêmica com a futura atividade profissional; estimular a melhoria do ensino de graduação formando jovens bilíngues, versáteis, de iniciativa, de expressão oral e argumentação, capazes também de fazer contatos, administrar o tempo e as tarefas. Entre outras características estão a formação acadêmica ampla; atuação coletiva; implementação de ações voltadas para a comunidade; planejamento e execução de um programa com atividades diversificadas.

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O PET Economia é um projeto de extensão do curso de Economia da Universidade Estadual de Maringá. O projeto é encabeçado pelos alunos, e com o auxílio da professora tutora Maria de Fátima Garcia são desenvolvidos diversos projetos tanto para a comunidade externa quanto aos próprios alunos da graduação. Atualmente com 15 membros, o companheirismo entre eles contribui para a construção de um ambiente de trabalho saudável e construtivo, o qual permite que tenham um melhor aproveitamento de sua graduação. Alguns de seus principais projetos são o PET na Escola, uma atividade que busca atingir a comunidade externa e aproximar a universidade dos alunos de escola de pública, como os alunos do ensino médio, e o PET Social que é voltado para gestantes e idosas da região.
Os participantes Carolina Sanches Celeste, José Antônio dos Santos Rocha e Bruno Gabriel Paulino Tochio responderam algumas dúvidas a respeito do PET Economia.

Membros do PET Economia com alunos de Eng. Civil UEM e a professora Dra. Kezia Bondezan em visita a A.Yoshii Engenharia ( Facebook PET Economia)
ComunicaUEM: O que é PET?
Carolina: PET é o Programa Educação Tutorial. Nele nós temos uma convivência de trabalho, mas ao mesmo tempo de uma forma extremamente carinhosa e dinâmica, porque não são apenas as reuniões semanalmente e os horário para cumprir. Tem eventos que a gente precisa participar e organizar, que a gente precisa correr atrás. Então, de fato, é meio que uma rotina de trabalho só que de uma forma muito gostosa, porque, no final, a gente é recompensado com o ambiente que a gente cria aqui. E é muito tranquilo, as vezes, no intervalo ou no almoço, passamos todos juntos. Não é muito no sentido de cobrança. Quando as pessoas entram, os calouros, principalmente, é todo mundo muito bem recebido, sabe? Não é um ambiente de trabalho que está todo mundo te cobrando para que seja tudo certinho. Aqui um ajuda o outro de uma forma muito gostosa e muito simples também. Aos poucos a gente vai crescendo.
José: Eu concordo com a Carol. O projeto traz uma liberdade maior para a gente. Temos que cumprir as 20 horas semanais, mas não precisamos estar todos os dias aqui cumprindo esse horário. 20 horas semanais dão 4 horas por dia, só que não precisamos estar aqui por todo esse tempo. Mas precisamos estar fazendo as atividades e estar nas reuniões. E eu acho que a liberdade que a gente tem de estar vindo a hora que queremos ou quando podemos é algo que faz com que a gente produza melhor e não fica aquela coisa engessada.
ComunicaUEM: O que vocês discutem nessas reuniões?
José: A gente discute sobre as atividades que temos que fazer e as que já fizemos a gente traz os feedbacks. E, se tiver alguma atividade que outra pessoa queira fazer ou que um outro PET queira fazer, a gente também traz para a reunião e debate.
Carolina: Montamos uma listinha no quadro com os itens de pauta. Geralmente é isso, feedback de atividades ou, se aconteceu alguma coisa por fora, comentamos também. Por exemplo, teve a Semana do Economista na semana passada, na sexta a gente discutiu como foi, o que cada um achou, o que pode melhorar e o que foi ruim.
- Participante do PET Economia Murilo Andriato na XXXIV Semana do Economista UEM (Fonte: Facebook PET Economia UEM)
- Participantes do PET Economia Bruno Tochio, Jhonatan Mitsuo e Mayson Santos apresentando seu artigo na XXXIV Semana do Economista UEM (Fonte: Facebook PET Economia UEM).
- Participante do PET Economia Emerson Zonel apresentando seu artigo na XXXIV Semana do Economista UEM (Fonte: Facebook PET Economia UEM)
ComunicaUEM: Vocês fazem projetos internos ou para a comunidade externa?
José: Eu acredito que a maioria dos nossos projetos são para a comunidade externa. A gente tem o PET na Praça (reunião de todos os PETs da UEM, o tema desse ano foi “Universidade para além do Campus”), o PET na Escola, o PET Social e as oficinas que acabam sendo as vezes para o pessoal fora da faculdade. E, aqui dentro, fazemos as oficinas para o pessoal de economia ou para algum outro curso. Então, a maioria de nossas atividades é de extensão, é para fora, mas a gente também tem as atividades que são voltadas para a universidade.
Carolina: Agora em outubro a gente vai fazer uns 5 GESDES (grupos de estudo e discussão) ou mais, porque as vezes as pessoas tem uma imagem muito fechada de um curso e não é assim que funciona. Inclusive vamos fazer um (GESDE) sobre preconceito das diversidades dentro das universidades, sobre as dificuldades da mulher no mercado de trabalho e outro sobre saúde mental, se não me engano. Então, não é só para o nosso curso, é para todo mundo. Tem um outro projeto que é o PET Social que toda segunda segunda-feira do mês a gente vai num roupeiro aqui em Maringá e a gente apresenta uma oficina de finanças básicas e pessoais para mulheres gestantes de baixa renda. Porque lá elas se encontram mensalmente, então elas participam de várias oficinas. Inclusive levamos odontologia e estamos querendo levar o PET Educação Física para a próxima agora. E não é só isso, tem o PET na Praça que foi a uns 2 meses atrás mais ou menos, estavam reunidos vários PETs envolta do Parque do Ingá e foi muito legal.
- Membros do PET odontologia UEM e PET Economia na atividade PET Social no Roupeiro Santa Rita de Cássia com o tema “Saúde Bucal das Gestantes” (Facebook PET Economia)

Membros do PET Economia com gestantes do Roupeiro Santa Rita de Cássia na atividade PET Social (Fonte: Facebook PET Economia UEM)
José: Tem um projeto do qual eu participo que é os Altas Habilidades. Vamos na Escola Estadual Gastão Vidigal e aplicamos algumas atividades aos alunos que tem maior destaque e maior desempenho. Já aplicamos oficinas, como são crianças de 10 a 12 anos mais ou menos, tentamos aplicar algo mais dinâmico. A gente vai de duas em duas semanas, todas as quintas, 8 encontros durante o ano. É um projeto de extensão voltado, não só aos adultos como as gestantes e as idosas, mas também para as crianças e os adolescentes que estão no ensino médio e fundamental.
Carolina: Recentemente ficamos sabendo que vamos participar no Instituto de Educação de algo parecido com uma amostra de profissão. Vão ter vários PETs que se disponibilizarem a ir. Vai ser muito legal, porque, por estarem em colégios públicos, ficamos sabendo que tem muita gente se desmotivando e pensando que não consegue ter acesso a universidade pública, e a gente quer estar lá para mostrar que pode sim, para mostrar um pouco do nosso curso também e mostrar o que é o PET. E não só isso, sabe? Queremos encorajar e mostrar que todo mundo é capaz, que todo mundo pode.
José: Também fazemos pesquisas. Existem dois itens que é a pesquisa individual e a pesquisa em grupo. Nós temos que, além de produzir projetos extensivos e para o próprio ensino, temos que fazer pesquisas. Cada um aqui tem que no mínimo fazer um artigo e tem que fazer um PIC (Programa de Iniciação Científica), que acrescenta muito na graduação.
ComunicaUEM: E como é a integração entre os PETs?
José: A gente tem aqui na UEM 15 grupos de PET e a cada duas semanas a gente faz uma reunião que se chama UNIPET a qual junta todos eles. Vão representantes dos 15 PETs para propor atividades e para estar ali se ajudando mesmo. Tem o ENAPET que é o encontro de todos os PETs do Brasil e o SULPET que é o encontro de todos os PETs do sul. Tem o JOPAR que vai acontecer aqui na UEM também em novembro. A cada ano acontece num lugar diferente e esse ano a sede será aqui na UEM. O UNIPET está trabalhando bastante esse ano por causa do JOPAR, é um evento que engloba todos os PETs do Paraná.
ComunicaUEM: Em que consiste esse evento (JOPAR)? Quais atividades vocês fazem?
Carol: A princípio a gente vai trabalhar para a organização. Terá uma bateria bem legal de eventos dentro do próprio evento, serão três dias com várias coisas, vai ter abertura, vai ter palestra, oficinas, minicursos e GTDs (grupos de trabalhos que apresentam seminários). A gente vai trabalhar para fazer o evento funcionar e participar também, porque é muito importante para a gente.
ComunicaUEM: Existe uma hierarquia entre vocês, como um presidente, por exemplo?
José: A gente tem a nossa tutora. Quando a gente tem que fazer ou propor alguma atividade tem que passar por ela, geralmente passa pela reunião, mas dentro do PET não tem presidente, só ela (a tutora) mesmo.
ComunicaUEM: No que consiste o processo seletivo?
José: Nesse ano, tivemos que mandar, primeiramente, os nossos históricos escolares. Íamos passar por um projeto também, mas não tinha um psicólogo, então pulamos essa etapa.
Carol: Passamos por uma entrevista e fizemos uma redação falando sobre qual era o principal problema do Brasil hoje na nossa opinião. Nesse processo, os três primeiros colocados viriam como bolsistas de início.
ComunicaUEM: Quanto tempo o PET Economia existe? Quando ele foi criado?
Bruno: O PET Economia está fazendo 25 anos. Seu início foi em 1995, e agora, em 2019, estamos entrando em um ciclo em que avançamos dos 24 para os 25 anos. Durante todo esse período, o PET passou por umas instabilidades e já se tornou extinto por conta de algumas situações que o governo acabou impondo ao programa nos anos 2000. Em torno de 2002 e 2004, quando o PET já tava estagnado, não tinha mais motivo para ele continuar, os professores começaram a causa. Muitos professores aqui de Maringá foram para Brasília, inclusive a nossa tutora, entraram em movimento junto com o Brasil inteiro para conseguir estruturar o PET de novo. Então, desde 2004, o PET está firme e forte, conseguiu se levantar novamente e cá estamos nós.
ComunicaUEM: Como o PET afeta a vida de vocês e a suas formações?
José: Bastante. Depois que eu entrei no PET, eu entrei nesse ano, eu sou do primeiro ano tanto do PET quanto do curso, foi uma experiência que eu não largaria, porque, além da gente ter contato com o pessoal veterano, eles estarem ajudando a gente, contribui muito na graduação. Eu acho que o ganho que temos na graduação é grande.
Carolina: No começo, antes de entrar, nós somos avisados que, se o PET atrapalhar há uma possibilidade de um desligamento, por exemplo, se nós sentirmos que a nota está diminuindo. Mas é o contrário que acontece. É muito incrível. As vezes aparece algum calouro precisando de ajuda para uma prova e todo mundo ajuda, porque já passaram por aquilo. Todo mundo se ajuda, sabe? Então, eu acho que é aquilo que eu falei no começo, não é um ambiente hostil de trabalho, é uma rotina muito gostosa. Eu acho que só acrescenta. Eu acho que o PET é uma coisa muito maior do que parece ser. Tem muito projeto legal que não visa só o próprio curso, visa uma universidade inteira e a comunidade também.
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Fontes: