Esta semana, tivemos na UEM a segunda edição da Mostra do Filme Universitário e Amador, mais conhecida como MAFUÁ! Organizada pelo Centro Acadêmico de Comunicação e Multimeios (CACO) sob a coordenação geral da graduanda Bruna Barranco. Foram três dias de palestras, exibições de curtas universitários e amadores, oficinas e muito aprendizado.

Equipe organizadora da MAFUÁ! | Foto: CACO
O projeto tem como intuito ser um espaço de circulação de audiovisuais produzidos por universitários e amantes da sétima arte paranaenses. Assim sendo, os estudantes paranaenses puderam se inscrever como participantes da mostra enviando suas produções. Tais produções passaram por um júri o qual escolheu 15 curtas para as exibições que aconteceram nas noites dos dias 26 e 27 de novembro.

Coordenadora geral da MAFUÁ! – Bruna Barranco | Foto: CACO
As categorias para seleção eram três: Documentário, Ficção e Experimental. As produções selecionadas foram de estudantes da UEM, UNESPAR e EMBAP, cada uma com uma forma diferente de explorar as narrativas e construções cinematográficas. Com o intuito de valorizar o cinema como prática social, a escolha dos curtas feitas por “pessoas e não por algoritmos”, como frisou Bruna Barranco ao dar abertura ao evento, vem como uma alternativa para a divulgação de produções universitárias.

Performer Clayton | Foto: CACO
Além de contar com a fala da coordenadora geral da mostra, o primeiro dia de MAFUÁ! se beneficiou da performance de Clayton a qual fazia referência ao contexto político atual de uma forma a mobilizar o público por meio de uma arte que, segundo um dos alunos entrevistados, não busca agradar aos olhos.

Professora Doutora Valéria de Assis | Foto: CACO
O evento ainda contemplou as falas dos professores Valéria de Assis e Tiago Lucena. A primeira relembrou a importância de se pensar a relação entre linguagem visual e política. Ao passo que, o segundo destacou que as produções ali exibidas foram produzidas em um contexto de aprendizado, o que significa que se compõem com erros e, também, acertos.

Professor Doutor Tiago Lucena | Foto: CACO
Desta forma, se iniciou o evento que teve como palestrante a Professora Doutora Cristiane Lima. Ela, que já fez parte do corpo docente de Comunicação e Multimeios e leciona atualmente na Universidade Federal do Sul da Bahia, falou sobre sua experiência com formas alternativas de exibição de filmes e os desafios para a formação do público.
Compartilhando suas experiências com projetos cinematográficos como o CINEUEM, CineParedão, FEVUEM e, o projeto que desenvolve atualmente, o Imag!na, a professora demonstrou aos ouvintes algumas possibilidades de projetos para a disseminação do audiovisual. Possibilidades que se aproximam da própria MAFUÁ! uma vez que a mostra – a qual teve origem a partir do FEVUEM, que era uma mostra competitiva de cinema – é um meio de divulgar produções e, assim sendo, formar o público.
Ouvir as considerações de Cristiane Lima a respeito dos diferentes projetos por ela desenvolvidos foi muito interessante principalmente no que se refere à sua percepção das variadas demandas que cada público teve ao decorrer dos anos. Sendo que, muitas vezes, as regiões mais afastadas e com menor acesso aos audiovisuais eram as que lhe exigiam uma maior variabilidade de temas e estilos de filmes.
Outra parte do evento consistiu em quatro oficinas ministradas na tarde de terça-feira, 27, onde o Comunica também estava presente, confira o que rolou em cada uma delas:
Composição, iluminação e cor: princípios da direção de fotografia
A cargo do Professor Mestre César Biégias, aqueles que participaram desta oficina tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais sobre conceitos essenciais da fotografia. Ele, que é ex-aluno da Universidade Estadual de Maringá afirmou que “(…) é muito legal retornar a casa e ter contato com essa nova geração do curso. Fico feliz em ver tantas pessoas se interessando pelo audiovisual e experimentando diferentes áreas.”
Segundo Biégas, a direção de fotografia é muito importante pois no cinema tem-se a junção de som e imagem, mas talvez a visualidade tenha uma potencialidade muito maior e experimental. Os diretores podem ressignificar um conteúdo, podendo até mesmo trazer a questão da semiótica. Mas também não é uma questão de dizer que o diretor de fotografia é mais importante que outro diretor do departamento de cinema, mas sim de pensar que cada um tem o seu papel fundamental num todo. Quando temos o máximo de cada função, temos um filme incrível.

Prof. Dr. César Biégias explicando elementos fotográficos | Foto: Aline Namie
Direção de atores na câmera
A oficina comandado pela Professora Doutora Gabriela Fregoneis, ensinou um pouco sobre como dirigir atores diante as câmeras. Um trabalho que, além de uma boa comunicação entre diretor e atores, exige também o conhecimento de enquadramentos e posições essenciais para que se obtenha imagens satisfatórias para uma produção cinematográfica.
Após uma base teórica, a oficina se direcionou para uma atividade prática na qual 4 duplas se formaram para dirigir uma cena com 2 atores cada. A criação era livre, porém, com um diálogo base para os atores. A experiência foi incrível, desde posicionamento dos atores, montagem de cenário e direção de câmera. Ao fim da oficina foram exibidos os cortes de cenas ainda não editados para conferir o resultado de todos. Uma ótima experiência.

Oficina na prática | Fotos: Camila Mocki
Criando sua primeira vinheta animada
Nesta oficina, Pedro Ferreira ficou responsável por ensinar os primeiros passos no After Effects rumo à elaboração de vinhetas animadas. Os participantes puderam aprender na prática elementos necessário para esse tipo de produção como opacidade e rotação.
Para tanto, eles poderiam criar sua própria vinheta ou tentar reproduzir a do MAFUÁ!. Segundo a aluna Naomy Ikeda Dolci, a oficina foi extremamente proveitosa e interessante, sendo o resultado muito gratificante por ter tido a oportunidade de colocar em prática os efeitos aprendidos no After Effects. Confira uma das vinhetas produzidas durante a oficina pelo aluno do primeiro ano de Comunicação e Multimeios, João Victor Correia.
Elementos do roteiro cinematográfico: a técnica da escrita na sétima arte
Sob o comando da formando Beatriz Colnago, esta oficina foi essencial para aqueles que se interessam pela escrita de roteiros para o cinema. Ali foi possível entender um pouco mais sobre as estruturas fundamentais do roteiro como temas, ideias e argumentação. Além disso, em duplas, os participantes puderam colocar em prática a escrita do storyline e da sinopse.
Poder analisar e entender na prática o funcionamento de cada elemento é uma grande oportunidade para o desenvolvimento de habilidades para que saibamos como desenvolver uma histórias que seja desafiadora para o espectador e que se torne um produto audiovisual bem sucedido.

Beatriz Colnago | Foto: Isabella Gomes
Como tudo o que é bom chega ao fim, também a MAFUÁ! teve um encerramento. No último dia do evento, ocorreu um fórum de realizadores, no qual a equipe das produções exibidas nas noites anteriores puderam conversar com os espectadores a respeito das duas produções de forma a tirar dúvidas e compartilhar um pouco da sua experiência no processo criativo. Além disso, tivemos a oportunidade de assistir às produções de videoclipes da turma do terceiro ano de Comunicação e Multimeios.

Fórum de Realizadores | Foto: Aline Namie
O Comunica gostou muito da experiência e já ficou com gostinho de quero mais! Será que ano que vem teremos mais uma edição da MAFUÁ!?
Esperamos que sim, e você?