Muito provavelmente, se não foi você quem disse, já ouviu a expressão “mas que merda é essa? isso não é arte” quando uma obra contemporânea não é socialmente aceita ou é incompreendida.
Se é ou se não é arte, isso é debate para outra hora.
Mas se é conceito… Saiba que é conceito sim.
Acontece mais ou menos assim: 1917. Marcel Duchamp, o artista da fonte acima, ressignificou a arte moderna atribuindo toda uma ideia na obra. Esse objeto é nitidamente um mictório de louça, feito pela indústria, e o artista, querendo criticar a arte da época, atribui-lhe uma assinatura no objeto industrial.
Lendo aparenta ser bem simples, mas impactou tanto rumo da história que deu origem à uma nova vertente artística, a arte conceitual, que se fundou anos depois, em 1960, com o objetivo de atribuir todo um conceito na obra de arte, ignorando a exigência da execução e da construção através das mãos.
É ai que queremos chegar.
1961. Piero Manzoni.
Já adiantamos que dizem que ele tornou seu trabalho uma merda. É que bebendo da fonte de Duchamp e dos conceitos, Manzoni ingenuamente inventa e retoma a polêmica “mas isso é arte?”. E nós, ingenuamente, podemos acreditar: é que ele literalmente tornou seu trabalho uma merda. Uns dizem que tem, outros não, mas o conceito é o seguinte: criticar a própria arte conceitual enlatando fezes e atribuindo-as com nome de merda de artista, do orginal ‘merda d’artista’.
Se sua curiosidade tende a ser maior que muitas barreiras, você pode ir viajar pra gringa e adquirir uma enlatada em uma galeria de arte por algun$ milhõe$ de reai$; o artista fez mais de 90 cópias.
A conceitualidade nem sempre esteve presente na arte mas uma coisa é certeira: o capitalismo ainda balança todas as estruturas.
E… se você tá meio duro da grana para sobreviver à este final de ano, olha só: a gente compartilha algumas dicas.
Fontes de imagens e bibliografias:
Pote de coco de artista é leiloado por quase 1 milhão.
7 maneiras curiosas de fazer dinheiro com coco.