Já ouviu falar em Pink Money? Pois é um termo utilizado para referenciar o poder de consumo da comunidade LGBTQ+. Só no Brasil, estima-se que o potencial de compra do grupo seja de R$419 milhões. Muitas marcas – e até mesmo artistas -, se utilizam dessa tendência, de forma exagerada, como oportunidade mercadológica. Muitos dizem que o Pink is the new Green, cor que foi amplamente utilizada em uma época em que quase toda empresa se tornou, aparentemente, sustentável.

Mas como isso acontece? Simples: pela produção de conteúdos, no caso de artistas, ou reprodução de comportamentos e discursos com a qual a comunidade LGBTQ+ pode se identificar. Nesse caso, as pessoas que possuem o pink money irão consumir suas músicas, vídeos, filmes, livros e por aí em diante, tornando o artista famoso e virando o seu público-alvo. Algumas cantoras internacionais, como Cher, Madonna e Lady Gaga, por exemplo, são conhecidas por terem como maior público, LGBTs. Porém, o que as diferenciam dos artistas presentes na colagem abaixo, é o fato delas realmente se importarem com a comunidade e apoiarem a luta pelos seus direitos. Outros, infelizmente, se utilizam do pink money apenas como tentativa de promoção individual, algumas vezes, de maneira errônea.

Colagem amplamente divulgada nas redes sociais, apresenta artistas brasileiros que se aproveitam do Pink Money. Créditos à página “Evita o Peron” do Facebook.

Colagem amplamente divulgada nas redes sociais, apresenta artistas brasileiros que se aproveitam do Pink Money. Créditos à página “Evita o Peron” do Facebook.

Muitas marcas se utilizam de técnicas parecidas para ampliar o seu público e tentar ganhar os corações da comunidade LGBTQ+, como no caso das edições especiais do DORITOS® Rainbow e da Skol, ambas em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBT. Inclusive, a ideia dos salgadinhos de queijo coloridos surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2015, e chegou ao Brasil com uma proposta bastante interessante: para receber essa edição exclusiva, devia ser feita uma doação direta à Casa 1 de São Paulo, ONG que acolhe jovens da comunidade LGBT em vulnerabilidade social. Eles conseguiram bater a meta, que era de 100 mil reais, em 107%.

Já a Skol, sendo a patrocinadora da Parada LGBT de São Paulo, teve uma iniciativa que passou a envolver grandes nomes. Com a hashtag #MarcasAliadas, a sua proposta era chamar a atenção de grandes marcas a realizarem doações às ONGs Coletivo Não Desculpo, Casinha, TODXS e Coletivo Transformação. De uma forma simbólica, as empresas também doariam uma letra de suas marcas, fortalecendo esse laço com a comunidade LGBTQ+.

 

Muitas marcas veem nesse público, uma grande oportunidade para o ganho de novos consumidores (que, juntos, arrecadam o equivalente à 10% do PIB brasileiro), porém, e o mais importante, ajudam a dar visibilidade à uma problemática real e que necessita que mudanças sejam feitas. Os LGBTQ+ não representam nem 0,5% na publicidade e mesmo as que apresentam diversidades de casais ou de sujeitos, normalmente são produzidas por pessoas externas à comunidade queer. Além de se mostrarem gay-friendly, marcas e empresas devem efetivamente mostrar apoio às causas LGBTQ+, proporcionando a oportunidade de contratar mais gays, lésbicas, trans, travestis, para desenvolver conteúdos e produtos, sem nenhuma distinção de tratamento. Uma mudança que começaria de dentro para fora. Além do mais, quem pode conhecer melhor um público específico, senão ele mesmo?

Existem, por exemplo, lojas online como a Thesame e a Logay, que nasceram com o intuito de representar um nicho pouco explorado no empreendedorismo brasileiro. O criador da Logay, que morou em outros países, em entrevista à UOL, diz ter se sentido acolhido em lugares que possuíam variedades de lojas para o público LGBT, e que inclusive, o ajudou a se sentir confortável em se assumir, e que produtos voltados à causa, são difíceis de achar no Brasil.

 

“A Thesame veio para empoderar uma comunidade, sem falsos manifestos. Nossas estampas retratam exatamente os valores que queremos espalhar pelo mundo: o respeito e a diversidade, além do amor em todas as suas formas.” – afirmação disponível no site da loja.

 

Reprodução site Thesame

Reprodução/Thesame

 

Portanto, vamos celebrar todas as formas de ser e amar! A variedade de indivíduos dentro de uma sociedade, deve se sentir representada e incluída nas produções de conteúdos, serviços e produtos. Que possamos viver e respeitar a diversidade e suas formas.