No dia 15 de Setembro ocorreu no Della Re Buffet e Eventos o 8º prêmio Educriação, promovido pela concessionária Viapar, com o objetivo de “eleger as melhores ideias para a conscientização de segurança no trânsito, segundo os critérios criatividade, originalidade e fidelidade ao briefing”, segundo o site da empresa.
Os universitários que cursam alguma faculdade na área da Comunicação (jornalismo, publicidade e propaganda, relações públicas, marketing etc) produzem peças publicitárias em mídias como outdoor, spot para rádio, jornal e filme publicitário para TV, os quais são avaliados por profissionais da área de Comunicação, representantes da Viapar e da Associação dos Profissionais de Propaganda de Maringá (APP Maringá). Os três primeiros colocados são premiados em dinheiro, além de ter suas peças veiculadas durante um ano.
Desta vez, o grupo do curso de Comunicação e Multimeios formado por Camila Mocki, Leonardo Ianella, Letícia Giandon, Mariana Celini e Vinícius Lambiazzi, sob orientação do professor Tiago Lenartovicz, foram premiados com o 1º lugar pela peça feita para jornal.

Imagem promocional do concurso (foto: Funverde)
O Comunica bateu um papo com eles sobre a criação das campanhas e como foi ganhar o prêmio, confira:
COMUNICA: Primeiramente, parabéns! Como é a sensação de ganhar o primeiro lugar? Vocês esperavam?
CAMILA: A sensação de ganhar é muito louca, porque eu não esperava. A gente fez, na verdade, essa campanha no ano passado (2017), mas a nossa inscrição não deu certo, estava bem em cima da hora, não conseguimos resolver o problema e perdemos o prazo. Então resolvemos nos reunir este ano de novo para reorganizar os materiais e se inscrever, pois a campanha já estava pronta. Como não tivemos que fazer a campanha, eu só corrigi algumas coisas no VT e no spot e mandamos, então eu não tinha tantas expectativas.
MARIANA: Antes do resultado nós ficamos bem ansiosos, queríamos muito ganhar, queríamos representar bem a UEM e o curso. A gente não esperava ganhar o prêmio, ainda mais na categoria de anúncio de jornal, ficamos bem surpresos quando fomos anunciados.
LETÍCIA: A gente está muito feliz de ter ganhado, por ter feito o layout da página. Eu não esperava que a gente fosse ganhar na categoria de anúncio de jornal. Acho que, na verdade, todo mundo esperava ganhar no VT ou no spot para rádio. Parece que nem caiu a ficha que a gente fez alguma coisa que será veiculada de verdade!
VINÍCIUS: É muito bom, é sempre muito bom. Eu confesso que eu não esperava ganhar na categoria que a gente ganhou, então foi uma surpresa mesmo. É uma coisa que a gente não contava e, já que veio, foi bacana.
LEONARDO: Eu gostei muito de ganhar o prêmio, foi muito inesperado. A sensação de ganhar foi um pouco estranha pois fizemos as peças para concorrer ano passado e, como esse ano já estava tudo pronto, pensamos em participar. Então, revisitamos depois de deixar o trabalho de molho por um tempo e vimos que tínhamos que fazer algumas alterações. O legal é que com o ano que se passou, aprendemos algumas coisas e mudamos alguns elementos na campanha.
Esse ano a gente não teve a pressão de fazer a campanha em si, tivemos que refazer algumas coisas mas não foi igual ao ano passado, que foi mais difícil, foi mais intenso, tivemos que pensar muita coisa, tirar foto, fazer as artes, criar os roteiros e esse ano a gente ficou com a parte boa. Isso foi bem legal.
COMUNICA: Qual é a proposta e o conceito da campanha?
LETÍCIA: A gente pensou em fazer porque o meu pai é o rei dos concursos, então ele sempre me manda coisas como concursos fotográficos, e ele falava do Educriação, que tem que fazer, tem que fazer. Então fizemos essa campanha para ser enviada ano passado, que a ideia era super legal, mas esse ano já tinha caído no modismo, só que enviamos de novo e deu certo, só revisemos o layout.
CAMILA: Quando a gente estava procurando sobre o que falar, uma coisa que incomodava muito era essa questão do uso do celular e que me parecia que ano passado estava mais em alta, talvez na minha vida, do que agora, então resolvemos falar dessa questão. Vendo o histórico de campanhas, vimos que as que mais tocavam e faziam a gente pensar eram as mais dramáticas, com forte apelo emocional, então pensamos em dramatizar, com o nome “E agora, vai pedir desculpas para quem?”
MARIANA: A maioria dos acidentes atingem jovens, e para nós o celular é uma extensão dos nossos corpos, às vezes usamos imprudentemente o aparelho, sem nos darmos conta dos riscos. Algumas das imprudências são fáceis de resolver, como um esbarrão numa pessoa na rua. Nesse caso, uma desculpa basta, mas quando se trata do uso de celular no trânsito os riscos são fatais, não há desculpas para isso.
LEONARDO: Eu acho que é um problema bem forte e algo corriqueiro, querendo ou não a gente está sempre ao celular, e no trânsito acaba sendo mais perigoso. O conceito da campanha era comparar a diferença entre outras situações que conseguiríamos usar o celular e não teriam consequências tão ruins, mas que no trânsito é algo a parte. [A campanha] era sobre alguém caminhando na rua e mexendo no celular. Essa pessoa tromba com alguém, pede desculpas e pega o celular do chão, foi só algo constrangedor. E a mesma situação no carro, quando uma pessoa está usando o celular, bate e só uma desculpa não é o suficiente, as consequências são muito maiores e você não consegue sanar isso e voltar a cicatrizar o que aconteceu só com um pedido de desculpas.
VINICIUS: Muitas vezes a pessoa usa o WhatsApp e até faz ligações, se distrai mexendo no Instagram, então não são somente as conversas de WhatsApp que causam acidentes, mas acho que hoje é a maioria que está usando esse aplicativo, tipo “ah, vou responder aqui rapidinho”, e quando vê esse “rapidinho” é algo totalmente prejudicial. E é para alertar mesmo, ser chocante, que de fato a pessoa olhe e fale “puts, verdade” e não querer estar naquela situação.

O grupo vencedor do 1º lugar com a campanha feita para jornal com o orientador Prof. Me. Tiago Lenartovicz (foto: Camila Mocki)
COMUNICA: Conte-nos um pouco sobre como foi o processo de criação dessas peças publicitárias (como surgiu a ideia, o que mais foi legal fazer, as maiores dificuldades)
MARIANA: O processo de criação foi um pouco sobre pressão, fizemos pesquisas, olhamos outras campanhas, e quando decidimos que seria sobre o uso de celular, as ideias foram surgindo. Acho que o mais difícil foi pensar em uma campanha multimeios em um tempo tão curto, tivemos que fazer muitas adaptações para encaixar a ideia em diversos meios.
CAMILA: Na criação a gente queria mesmo chocar, queria que a pessoa se comovesse. Então o que mais gostei de fazer foram as fotos, porque eu curto muito maquiagem artística, principalmente. Então a gente teve a ideia de fazer a foto do acidente, com uma simulação de um carro batido porque a pessoa estava usando o celular. Eu fiz sangue falso para colocar, quebramos uma garrafa de vidro para simular os cacos do acidente, usamos um celular que já tinha a tela trincada para dar mais efeito e fizemos a foto.
LEONARDO: A gente pesquisou algumas coisas sobre os números de quantos acidentes acontecem por causa do uso de celular no trânsito e nós mesmos tiramos a foto para dar a impressão da batida, deixar a imagem forte. Mostra só a mão que dá a entender que se a pessoa não está morta, está desmaiada e machucada. No processo de criação fizemos isso, depois teve a edição e, enquanto alguns editavam as imagens, outros estavam mais empenhados em fazer o roteiro e o spot, mas um ia ajudando o outro. E o legal de não ter dado tempo ano passado foi que conseguimos revisitar e fazer algumas alterações.
COMUNICA: Como a campanha de vocês pode contribuir para um comportamento mais consciente no trânsito?
CAMILA: Eu acho que essa campanha toca no emocional porque a gente pensa “ah, vou mandar uma mensagem avisando que estou chegando, para a pessoa não se preocupar comigo”, só que nesse “mandar a mensagem” você acaba se matando ou matando alguém, sabe? De que adianta avisar para a pessoa se você morrer ou se você matar alguém? Isso foi bem forte na campanha e, mais do que se matar, é você morrer e deixar alguém te esperando, ou matar o alguém de alguém que está esperando. Eu acho que é bem comovente. Eu comoveria se eu visse uma campanha assim, então espero que quando eles [a Viapar] usarem esse produto, as pessoas sintam realmente o que a gente pensou.
LETÍCIA: É muito bom pensar que a nossa comunicação pode ser algo que faz mudar o pensamento de alguém. A gente pensou em tentar atingir as pessoas de uma forma impactante, então a campanha é até pesada, mas muito legal pensar que a gente pode mudar com uma simples peça publicitária.
MARIANA: Nossa campanha é bem impactante, e mostra que a imprudência no trânsito pode não ser resolvida com um pedido de desculpas, pois as consequências podem ser fatais, não envolve apenas sua vida… No trânsito você é responsável por diversas vidas, e elas são mais importantes do que a vontade de responder a mensagem que chegou, o retorno da ligação perdida, ou ainda aquela olhadinha “rápida” nas redes sociais.
LEONARDO: Eu não acredito que uma campanha ou uma peça publicitária como essa possa fazer todos se conscientizarem, pois é difícil mudar algo que está muito estabelecido no dia-a-dia, como usar o celular enquanto dirige. Mas também acho que algumas pessoas vão conseguir se comover a ponto de ter um impacto suficiente para mudar a rotina.
Acho que fazer várias coisas ao mesmo tempo é algo que fazemos para tentar ganhar tempo, já que estamos sempre atarefados e, nessa correria, acabamos fazendo isso: usando o celular enquanto anda, dirige, respondendo as pessoas e, então, eu acredito que a nossa campanha consegue ter esse impacto para mudar uma mente sobre um assunto, pois as pessoas às vezes acham que isso não vai acontecer com elas, e trazer uma situação corriqueira como mandar uma mensagem rápida para a mãe conscientiza e traz esse impacto a ponto da pessoa conseguir ver que poderia acontecer com ela ou com outras pessoas ao redor dela.
VINÍCIUS: É basicamente fazer com que a pessoa olhe o outdoor, olhe a meia página e reflita “puts, eu não quero estar nessa situação”, que ela realmente tome consciência, porque é uma conversa comum: um filho falando com a mãe no WhatsApp. Algo que todo mundo faz. Então fazer com que o leitor se identifique, se coloque no lugar e realmente perceba as consequências disso.

Campanha feita pelo grupo