No cenário urbano contemporâneo, o caos é evidente. Vindo dessa emergência, o Graffiti surgiu como forma de expressão e intervenção. Manifestou-se no Brasil a quase 60 anos como forma de inscrição política e crítica à repressão imposta pela ditadura militar, através de sua estética própria.
No último final de semana (17, 18, 19/08) aconteceu o II Encontro de Graffiti de Maringá, realizado com a verba de Incentivo à Cultura, Lei Municipal 9160/2012 – Prêmio Aniceto Matti.

Mural coletivo sendo realizado no ginásio Valdir Pinheiro/ Foto: Thamlym Luiza
O evento foi divido em três partes: workshops, mesa redonda e mural coletivo. O Comunica, claro, não ficou de fora!
No primeiro dia participamos do workshop “Do papel pra parede” ministrado por Hanna Lucatelli (enquanto isso era realizado em outro local o workshop “Técnicas de Graffiti”, com Karen Fidelis). Nele, Lucatelli falou sobre suas técnicas, principalmente sobre como ela passa seu desenho para parede. No final do workshop tivemos um bate papo entre a turma. “O que mais me encantou em trabalhar com a parede foi o diálogo e o contato com o público. É muito louco você ver a reação das pessoas na rua, eu acho mágico”, diz Hanna.
Comunica: Como é pra você ser mulher e artista de rua?
H. Lucatelli: Na verdade, é como ser mulher em qualquer outro lugar. Menos oportunidade, visibilidade, representatividade e mais preconceito e assédio. Historicamente a rua não é um lugar da mulher, é um lugar do homem, onde a mulher só frequenta quando está com ele ou pelas regras impostas por ele. Pra mim dói.
- Workshop H. Lucatelli/Foto: Thamlym Luiza
- Workshop H. Lucatelli/Foto: Thamlym Luiza
Durante a tarde da sexta-feira, 17, ocorreu a mesa redonda, mediada por Roberta Stubs (Maringá) com a participação de Cazé (Rio de Janeiro), Karine Guerra(São Paulo) e Neto Vetorello (Curitiba).

Foto : Thamlym Luiza
Sábado e domingo (18 e 19) foi realizado o mural coletivo no ginásio Valdir Pinheiro, composto pela arte de vários grafiteiros de diversos lugares do Brasil:
PR: Drs; Huggo; Frank Paris; Goto; Luwid; Mel Ramos; Michael Devis; Neto Vetorello; Nuno Skor; Renans; Rene Meyring; Zion;
RJ: Cazé;
RS: Rafael Jung;
SC: Seth;
SP: 8-bitch project; H. Lucatelli; Karen Fidelis; Karine Guerra; Klevs; Paulo Ito.
- Fotos: Thamlym Luiza
O principal objetivo do Graffiti é dialogar com público, então é muito importante o apoio da população, por isso, não deixe de prestigiar o trabalho dos artistas indo até o ginásio para conhecer um pouco mais da cultura do hip hop.