O que nós mais almejamos nas relações interpessoais é a compreensão mútua. Queremos entender o outro e nos fazermos entendidos. Certamente, isso não é uma tarefa fácil para quem depende da linguagem de sinais para se comunicar.
Em 2014, estudantes de Engenharia Eletrônica do Instituto de Tecnologia Aeroespacial (ITA), em São Paulos, desenvolveram uma luva eletrônica que possui um software que converte os sinais da Língua Brasileira de Sinais (Libras) usada por deficientes auditivos em som e texto. O equipamento possui sensores que captam os movimentos e contatos entre os dedos, e transmite os sinais à um computador, responsável pelo tradução, sem utilizar cabos.
- Luis Gonçalinho/Arquivo Pessoal
- A luva foi batizada de Quiros (Luva em grego)
De acordo com os estudantes, o custo inicial para desenvolver o projeto foi de R$ 600 e começou a ser criado em uma aula de engenharia. “A gente quer usar problemas reais para trazer as ferramentas da engenharia e o ensino da engenharia em problemas aplicados. Isto é estimulante para o aluno, que tem um potencial de desenvolver empreendedorismo também”, afirma o professor Anderson Borilli, em entrevista ao G1.
Veja a reportagem do programa “Bom dia Vanguarda” sobre o projeto aqui.
Os equipamentos mais utilizados para auxiliar pessoas com deficiência auditiva a se comunicar com quem não entende a linguagem de sinais, geralmente, são aparelhos como tablets ou telefones. A designer e programadora Hadeel Ayoub, iniciou um projeto semelhante ao dos estudantes do ITA, também em 2014, porém, com o diferencial de não depender de nenhum dispositivo externo. O seu projeto “BrightSign Glove” ganhou prêmios globais em Inovação e Inteligência Artificial. O equipamento de Ayoub traduz os gestos em frases que aparecem em uma tela pequena no pulso e podem ser lidas em voz alta usando um pequeno alto-falante, tornando a comunicação ainda mais prática do que se dependesse de um aparelho eletrônico auxiliar, como computador ou smartphone.

Hadeel Ayoub com a luva BrightSign
O projeto de Ayoub levou 3 anos para ser concluído, desde pesquisas, protótipos, designs e testes. A luva “BrightSign” pode ser configurada para reconhecer diversos gestuais e idiomas de qualquer país, dando aos usuários total controle sobre a comunicação verbal e de sinais.
“Um dia eu espero dar voz àqueles que não podem falar.” – Hadeel Ayoub.
Cientistas e estudantes de todo o mundo procuram investir em pesquisas de acessibilidade. Muita tecnologia e protótipos estão sendo desenvolvidos, e até a popularização desses equipamentos, pode levar um tempo. Muito está sendo feito para dar oportunidade à pessoas com deficiências, sejam físicas, auditivas ou visuais, de ter uma vida mais confortável e sem complicações, apesar de suas limitações.