A nova febre do comércio de roupas são, sem dúvidas, os brechós – lugares em que a reutilização tem forças – a regra é desapegar de tudo que não é mais usado e que pode ser útil para outras pessoas. São cada vez mais comuns na internet ou fora dela, e estão aí para provar que a alta qualidade e baixo preço podem sim andar de mãos dadas.

Durante muito tempo, os brasileiros possuíram preconceito com os brechós, pelo fato da maioria deles, serem bagunçados, por vezes um pouco escuros e empoeirados. Dificilmente acreditavam que poderia-se encontrar roupas de qualidade nesses ambientes. Assim, só comprava em brechós quem realmente não tinha condições financeiras, não existia charme nenhum em usar roupas usadas.

Bem diferente do que acontece nos dias de hoje, onde algumas peças usadas se tornaram até artigo de luxo. Há uma enorme valorização das peças antigas no universo fashion, assim como nas artes e no design, com a entrada de roupas, sapatos, bolsas e acessórios datados, de grifes famosas. O famoso lema vintage: “Old, but gold!”

Foto: Midiamax

Foto: site midiamax

Mas qual a história destes brechós?

A origem da palavra brechó surgiu no século 19 no Rio de Janeiro, quando uma loja de artigos chamada “Casa do Belchior”,  vendia produtos usados e antigos (até Machado de Assis usou a expressão “loja de belchior” em um de seus contos). A popularidade do local fez com que o nome Belchior fosse associado a estabelecimentos que vendiam produtos usados, e com o passar do tempo a palavra sofreu um processo de mudança e se adaptou para “brechó”, dando origem ao novo termo.

“A loja era escura, atulhada das coisas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era interessante.”

(trecho de “Ideias do Canário, Machado de Assis, 1985)

 

Foto: site garimpovirtual

Uma pesquisa feita pelo Sebrae, mostrou que entre 2007 e 2012 o número de lojas que vendem artigos usados cresceu 210% no Brasil. Acredita-se que o principal motivo seja a consciência ambiental, mas a modernização dos espaços e melhor cuidado com a higiene das peças, também tenham sido importantes para que o consumidor passasse a adquirir mais produtos de segunda mão.

Hoje, não só produtos usados podem ser vendidos nos brechós, como também produtos novos estão sido adicionados, o que de certa foram quebra um pouco a essência do brechó. Visto que, o diferencial é serem roupas usadas.

Surgiram também os brechós online. Inclusive, o instagram tem sido uma ferramenta incrível para as vendas. Caso se interesse, e queira saber mais sobre alguns nomes de brechós para começar a garimpar, dê uma olhada neste vídeo da Barbara Graves, youtuber que vive em brechós procurando roupas para mostrar em seus vídeos:

 

 

Fontes: imérioretro e avozdaserra