A série “Ela Quer Tudo” é uma adaptação do filme de 1986, do diretor Spike Lee, que além de cineasta, produtor e ator, ensina cinema na Universidade de Nova Iorque. Lee é um ícone do cinema afro-americano, sempre abordando a temática racial e abrindo portas para uma conscientização. A nova adaptação conta com um formato mais contemporâneo e também é produzida por Tonya Lewis Lee, esposa do diretor.
A estreia da série foi quinta-feira (23), a produção é composta por dez episódios. Em alguns momentos tem um estilo mais documental, como quando os personagens falam direta ou indiretamente para a câmera, quebrando a quarta parede. Outros momentos conta com movimentos de câmera mais rápidos, dando a sensação de dinamismo.
“Ela Quer Tudo” conta a história de Nora Darling, uma artista de vinte e poucos anos, moradora do Brooklyn, em Nova Iorque. Nora é uma mulher negra que rompe com padrões estabelecidos socialmente para as mulheres. É uma mulher livre que se denomina pansexual e acredita no poliamor. No decorrer da série, ela se relaciona com três homens, de idades e personalidades bastante direfentes: Jamie Overstreet, o mais velho, rico e conservador; Greer Childs, ousado e vaidoso, porém, extremamente egoísta; e, por fim, Mars Blackmon, o mais jovem, engraçado, ativo e dinâmico. Também existe Opal Gilstrap, uma mulher madura e mãe independente, com quem Nora já se relacionou no passado.
A protagonista questiona e também descobre sobre o seu lugar como artista, seu lugar na cultura e nos relacionamentos. Ela nos mostra a dificuldade de escapar dos rótulos e das expectativas quando se relaciona com homens ainda estáticos aos conceitos patriarcais, como, por exemplo, o conceito de posse e ideias machistas sobre as roupas das mulheres. Nora traz uma discussão sobre as particularidades da mulher negra, sua liberdade, sua manifestação e força contra o racismo e a objetificação. Alguns episódios foram escritos por outras mulheres negras, como Radha Blank e Lynn Nottage, ajudando na construção e luta de Nora.
A série ainda aborda sobre o assédio contra as mulheres, deixando claro que elas não são propriedades e não estão a disposição dos homens a qualquer instante. Além disso, mostra ao espectador que, nós mulheres, somos LIVRES!
Ficou curiosa ou curioso? Dá uma olhadinha no trailer e corre para a Netflix. Não esqueça de conferir a classificação etária.