Ontem (24), chegou ao fim a sétima edição do Rock in Rio, festival dedicado à união dos mais diversos públicos em torno da música. Sua sétima edição aconteceu entre os dias 15 e 24 de setembro de 2017 e reuniu artistas de variados segmentos musicais como Justin Timberlake, Red Hot Chilli Peppers, Capital Inicial e Guns N’ Roses.
Nascido junto ao fim da ditadura militar, o festival idealizado por Roberto Medina é muito mais que apenas um evento de música, dentro do complexo dos shows nacionais e internacionais também funcionam atrações como tirolesas, rodas gigantes, capelas e ações que visam promover a sustentabilidade, um dos valores principais da organização que define o Rock in Rio como um evento, que “quer ajudar a transformar o planeta, não só através da música e do entretenimento, mas também de causas sociais, ambientais e culturais”.
As ações “por um mundo melhor” do festival se exemplificam em projetos sociais, na busca pela minimização dos impactos negativos e na compensação dos impactos sociais, ambientais e econômicos inevitáveis. Além disso, em todas as edições são avaliados 15 fatores vistos como essenciais para garantir a sustentabilidade do evento, relacionados à acessibilidade e visualização, comunicação, práticas do consumidor, utilização de recursos, entre outras questões de acordo com as normas do país sede da edição.

Certificação ISO20121 – Rock in Rio. Reprodução: rockinrio.com
Nesse âmbito da gestão sustentável idealizada pelo Rock in Rio, a marca recebeu como resultado dessas políticas, em 2013, o selo ISO 20121 – Sistemas De Gestão De Eventos Sustentáveis, que estabelece, segundo a ABNT – Associação Brasileira de Normas e Técnicas, os requisitos de um sistema de gestão para qualquer tipo de evento ou atividades relacionadas a eventos, bem como fornece orientações sobre a conformidade com esses requisitos.
Em 2017, o grande destaque sustentável do festival foi o projeto “Amazônia Live”, lançado pela modelo brasileira Gisele Bündchen na abertura do Palco Mundo, no qual se apresentam as atrações mais esperadas pelo público. Gisele fez uma fala emocionada em prol da proteção das florestas e da natureza, que repercutiu largamente na mídia, junto de uma apresentação com a cantora Ivete Sangalo, cantando juntas a música “Imagine”, sucesso de John Lennon.
Com o apoio da modelo, o projeto que visa arrecadar o suficiente para plantar 4 milhões de árvores na floresta Amazônica já atingiu 75% dessa meta e segue na campanha em parceria com a associação civil sem fins lucrativos FUNBIO – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade.
Por outro lado, quem visita o festival apresenta uma outra visão das ações promovidas. A graduada em direito Heloise Cella, que já esteve em 3 edições do Rock in Rio, incluindo a de 2017, conta que pouco se vê dos projetos na prática e critica o uso excessivo de materiais como copos descartáveis e embalagens de papel e papelão: “Embora, contasse com diversos lixos recicláveis espalhados por toda a cidade do rock e vários outdoors de conscientização para salvar a Amazônia, me deparei também com copos e embalagens de plástico dos patrocinadores do evento que servem suas comidas e bebidas durante o festival, nada sustentáveis, e o mais absurdo de tudo, observei a desídia das pessoas que estavam frequentando: os copos e as embalagens de alimentos todas jogadas no chão, mesmo com os inúmeros lixos recicláveis no local”.
Na opinião da jovem bacharela, muito ainda precisa ser feito para se atingir o ideal de “por um mundo melhor” e cabe tanto a organização do evento, quanto às 100 mil pessoas que frequentam a cidade do rock mudar isso.