Quando nos deparamos com perguntas tal como: você sabe o nome de quantas mulheres negras que contribuíram para a história? Não é de se surpreender que muitos não as conheçam, mesmo elas tendo tido um papel fundamental para desenvolvimentos tecnológicos ou feito parte de movimentos históricos importantes. É importante falar dessas mulheres, dar o espaço para que sejam vistas e que possamos as conhecer. Podemos citar alguma dessas mulheres:  Dandara dos Palmares, Wangari Muta Maathai, Maya Angelou, Hattie McDaniel, Katharine Johnson, Dorothy Vaughan, Mary Jackson e Chimamanda Ngozi Adichie. A lista é muito maior que isso (se é que poderíamos listar), até porque todos os minutos do dia uma mulher luta por seus direitos e todos os dias uma mulher negra faz mais um pedacinho da história.

Sabendo que dia 25 de julho é considerado o dia do escritor (mais uma problemática essa de todos os dias serem o dia do homem profissional e porque não dia da escritora?) , trazemos à discussão a problemática: porque lemos tão pouco as escritoras negras? Acredito que possamos trazer nessa discussão a escritora já citada acima: Chimamanda Ngozi Adichie. Ela fala sobre a criação de histórias únicas, ou seja, a história de um povo ou pessoa contada a partir de um único ponto de vista, muitas vezes que nem é o seu. Segundo ela, temos histórias únicas das africanas, das mulheres negras, histórias essas contadas pelo olhar do branco colonizador. Nos livros didáticos sempre se conta a versão deles. Criar uma história única sobre alguém é esmagar, impõe-se sobre aquela pessoa um olhar que não parte do viés do outro, mas do próprio olhar. Chimamanda também fala que podemos até mesmo reproduzir essa história única sobre nós mesmas sem percebermos. Quando não se conta de uma outra maneira, continua-se a achar que tudo foi exatamente daquela maneira, quando na verdade, a história é vista de formas distintas por quem a viveu. Até ela ler escritores africanos, as protagonistas de suas histórias eram brancas de olhos azuis, como eram as personagens de escritores ingleses, como ela relata em sua apresentação no TED (Technology, Entertainment, Design). Onde queremos chegar com essa discussão afinal? Temos que aprender a buscar outras fontes, conhecer a história além do que se conta nos livros didáticos e ler mais as mulheres, conhecer as histórias dessas, que contribuem cada dia mais para a formação do mundo em que estamos inseridas, que contribuem com suas lutas.

Hoje, dia 31 de julho é o dia da mulher africana e esse post de hoje é dedicado a elas, a nós negras brasileiras, dedicado a todas as mulheres que lutam por sua emancipação, que mudam a história por todas nós, que escrevem sobre nós e para nós, que contam suas histórias, não a partir do olhar do branco, mas a partir de seu olhar. Se você ficou curiosa para saber mais sobre as mulheres citadas neste post e sobre a escritora Chimamanda Ngozi Adichie, vamos deixar aqui alguns links (confira também o link de um evento que pretende discutir um dos livros da Chimamanda aqui em Maringá- PR):

http://magamoura.com/mulheres-negras-que-marcaram-a-historia/

http://revistapolen.com/676/

https://www.facebook.com/events/1396374187104899/?acontext=%7B%22action_history%22%3A[%7B%22mechanism%22%3A%22bookmarks%22%2C%22surface%22%3A%22bookmarks_menu%22%2C%22extra_data%22%3A%22[]%22%7D%2C%7B%22surface%22%3A%22dashboard%22%2C%22mechanism%22%3A%22calendar_tab_event%22%2C%22extra_data%22%3A%22[]%22%7D]%2C%22ref%22%3A46%2C%22source%22%3A2%7D

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