Após o sucesso da sétima edição do evento anual do curso de Comunicação e Multimeios da UEM, o Multicom VII, o COMUNICAUEM conversou com a professora Fernanda Accorsi a fim de entender quais foram as repercussões do evento e os desafios que a equipe organizadora enfrentou durante seu planejamento e execução. Trazendo como pauta principal o tema “Resistir e Reinventar”, o Multicom VII problematizou os mais diferentes eixos e alcances da comunicação, além de proporcionar a interação entre estudantes e pesquisadores e profissionais da área. Confira a entrevista sobre o assunto:

COMUNICA UEM: Uma semana após o VII Multicom, qual a sua avaliação geral sobre o evento enquanto professora-coordenadora desta edição?

FERNANDA: A avaliação é, sem dúvida, muito positiva. O evento cumpriu seu objetivo de integrar profissionais, discentes e docentes em torno da temática central. Foram três dias de diálogo, troca de ideias, problematizações que contribuíram para a formação cidadã, crítica, afetiva e intelectual dos participantes.

COMUNICA UEM: Em sua percepção, quais foram as principais reflexões que a temática “Resistir e Reinventar” trouxe para os participantes do evento?

FERNANDA: O tema “resistir e reinventar” ofertou possibilidades de produzir e pensar a Comunicação em  perspectivas que levem em conta pessoas, em suas mais diferentes particularidades. A temática vai de encontro aos anseios sociais, culturais, políticos e não apenas econômicos. Houve uma integração entre pesquisa e mercado sobre modos de Comunicação que se esquivem da reprodução de fórmulas prontas, as  quais privilegiam, exclusivamente, uma pequena parcela da população enquanto ignoram outras tantas.
COMUNICA UEM: Dentro de sala de aula, foi possível notar a repercussão dos temas das palestras e das oficinas que ocorreram durante o evento?
FERNANDA: Sim, as temáticas estão repercutindo em sala de aula, em que o alunado vai construindo relações entre as disciplinas e os assuntos das palestras, oficinas, exibição de filmes e apresentações de trabalho. É interessante perceber os múltiplos olhares destinados pelos alunos ao evento e levados à sala de aula. É como se o VII Multicom não tivesse se encerrado no dia sete de julho, pois continua permeando as discussões de quem assistiu, ouviu, participou.

COMUNICA UEM:  Quais foram as principais dificuldades que a equipe enfrentou durante a organização? 

FERNANDA: A maior dificuldade foi atender a todas as expectativas do público alvo do evento. Reunimos pessoas que estudam – e atuam – na Comunicação, nas mais diferentes áreas e trabalhamos para que elas se sentissem contempladas, para que se identificassem com as palestras, oficinas e demais atividades oferecidas. Esse foi o maior desafio.

COMUNICA UEM: Você poderia nos contar um pouco mais sobre o intuito da arrecadação dos produtos de higiene requisitados no ato da inscrição do evento e para qual instituição foram doados?

FERNANDA: Os produtos de higiene, solicitados no ato da inscrição, foram destinados à Casa de Missão Amor Gratuito, de Maringá. A referida instituição trabalha na perspectiva do tema do evento, de “resistir e reinventar”, uma vez que atende pessoas LGBT. Em outras palavras, é uma reinvenção das casas de acolhimento porque resiste às normas que excluem, marginalizam e ignoram sujeitos por conta da sua sexualidade. Por isso, agradecemos àqueles que doaram os produtos, no ato da inscrição, porque colaboraram para visibilizar e fortalecer a iniciativa da instituição.

COMUNICA UEM: Quais orientações você daria para as equipes das futuras edições do Multicom?


FERNANDA: Não existem modos ideais de realização de um congresso, simpósio ou qualquer outra atividade acadêmica, no entanto, é importante estar alinhada aos objetivos pedagógicos do curso e do projeto do evento. Perceber que o Multicom é um espaço de troca e uma pergunta norteadora poderia ser: quais trocas gostaríamos de oportunizar aos alunos, aos colegas de profissão e corpo docente?