30 de maio, aniversário de morte de Joana d’Arc. Uma mulher francesa que durante a Guerra dos 100 anos, contra a Inglaterra, disfarçou-se de homem para poder lutar por seu país. Joana d’Arc disse ter recebido chamados de santos para participar da guerra, visto sua educação católica. Mais tarde, após inúmeras conquistas, ela foi acusada de bruxaria por esta convocação “divina” e por ter pego em armas – ato inaceitável para mulheres na época –  sendo executada em 1431.

Assim como Joana d’Arc há outras histórias de mulheres guerreiras que precisaram se caracterizar como homens para poder fugir de seus papéis pré definidos de donas de casa e mães, obedecendo o modelo patriarcal. Como a baiana Maria Quitéria (1792 – 1853), que lutou pela independência do Brasil em 1822. Ou Mulan, personagem de uma lenda chinesa que ganhou fama na adaptação feita pelos estúdios Disney em 1998, na qual a personagem vira um guerreiro para poupar seu velho pai da convocação militar.

Maria Quitéria. Imagem retirada do Pinterest.

Maria Quitéria. Imagem retirada do Pinterest.

Durante os movimentos feministas ocorridos durante o século XX, Medeleine Pelletier (1874 – 1939) ressaltou bem essa questão de que mulheres, para serem reconhecidas, deveriam adotar aspectos masculinos. Em 1914 escreveu um manual de conselhos para mulheres orientando-as a “ser como homem”, que continha instruções sobre manuseio de armas para a autodefesa, educação física rigorosa e o uso de vestimentas masculinas. Pelletier ressaltou a diferença no vestuário masculino e feminino, este sempre com roupas que insinuavam ou mostravam o corpo da mulher; já naquele, as roupas cobriam o corpo do homem, atribuindo-lhe um ar de seriedade. A própria Medeleine utilizava trajes masculinos como forma de protesto.

Medeleine Pelletier. Imagem retidada do Pinterest.

Medeleine Pelletier. Imagem retirada do Pinterest.

Ainda hoje, apesar de muitos movimentos e resistência feminina, existem preconceitos e estereótipos de fragilidade e feminilidade para com a mulher. Em muitos espaços elas se submetem à uma postura mais masculina para impor respeito e ter credibilidade. Como trabalhadoras em áreas predominantemente masculinas, como a construção civil.

586 anos se passaram desde que Joana d’Arc adotava uma postura masculina para conseguir credibilidade no exército. E em 2017 as mulheres vestem-se de Joana d’Arc.