Hoje, dia 28 de Abril de 2017, ocorreu a paralisação nacional em decorrência das recentes medidas tomadas pelo atual presidente Michel Temer, em especial à reforma trabalhista, da Previdência e da Terceirização, organizada pelas maiores centrais sindicais do país, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. O ato ocorreu após quase 100 anos desde a primeira greve geral do país, em julho de 1917, resultando a suspensão da indústria e do comércio devido ao violento regime de trabalho imposto aos operários na época.

Dentre alguns serviços que aderiram à recente greve estão, em diversos locais do país, as companhias de transporte público (metrôs, trens e ônibus), a educação (escolas e universidades), os bancos, e parcialmente os hospitais, postos e demais estabelecimentos ligados à área da saúde.

Em Maringá, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar) convocou os trabalhadores para participar da paralisação, afetando as escolas estaduais, creches, a Universidade Estadual de Maringá (UEM), o transporte coletivo e os bancos, como reportou o ODiário. Ocorreu pela manhã uma manifestação em protesto a tais providências, o qual teve concentração no Restaurante Universitário e seguiu até o INSS, onde diversas outras pessoas, entre secundaristas, universitários e trabalhadores (públicos ou não), se encontravam.

De acordo com os manifestantes, cerca de 180 instituições no Paraná aderiram à paralisação. Durante as falas dos representantes de diversas instituições, destacou-se a reprovação quanto ao presidente Temer e os deputados Ricardo Barros (PP), Edmar Arruda (PSC) e Luiz Nishimori (PR), os quais votaram a favor da reforma trabalhista, e elogiaram a postura de Enio Verri (PT), único da cidade que foi contra, além de contemplarem as mulheres (presentes em grande número) e os estudantes (que também se mobilizaram pelo seu futuro).

Após os discursos, os participantes saíram pela Avenida XV de Novembro, onde ocorreu a concentração, e seguiram pela Avenida São Paulo, Avenida Brasil e Avenida Paraná em direção a Prefeitura, seguindo novamente para o ponto de encontro geral. Saiba mais informações no site do ODiário.

Concentração dos funcionários públicos no Restaurante Univeritário

Concentração dos funcionários públicos no Restaurante Univeritário

Entenda a Reforma

Aprovada na madrugada desta sexta feira (27) na Câmara, a principal medida está relacionada a idade mínima de aposentadoria: 62 anos para as mulheres e 65 para os homens, além do aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos a fim de receber salário mínimo e cerca de 40 para salário integral. Outras ações incluem: possibilidade de férias fracionadas, porém uma delas não podendo ser inferior a 14 dias e dois dias antecedendo o feriado ou dia de repouso semanal remunerado; mesmos benefícios e condições de trabalho aos trabalhadores terceirizados, com 18 meses entre a demissão e posterior contratação do mesmo.

Em caso de demissão, apenas aquelas sem justa causa têm direito ao FGTS, recebimento de multa de 40% sobre o saldo do fundo e seguro desemprego, caso tenha tempo de serviço suficiente para recebê-lo. Já no deslocamento do indivíduo do serviço para casa e vice-versa, não será mais computado como jornada de trabalho e a mesma poderá ser maior (12 horas diárias e de 220 horas mensais) com horário de almoço também alterado (mínimo de 30 minutos ao invés de uma hora). Outras providências podem ser conferidas no site da EM e do InfoMoney.

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Ponto de encontro em frente ao INSS, o qual reuniu milhares de pessoas, entre secundaristas, universitários e trabalhadores dos setores públicos e privados.